Projeto foi aprovado pelo Ministério da Saúde e deve ser desenvolvido em até dois anos pela fundação mineira
Funed vai desenvolver a Lenalidomida, usada no tratamento de diferentes tipos de câncer; aprovação do Ministério da Saúde foi anunciada neste mês (Lucas Santos / Funed)
A Fundação Ezequiel Dias (Funed) vai iniciar o desenvolvimento de um novo medicamento usado no tratamento de diferentes tipos de câncer. O Ministério da Saúde aprovou o projeto para a produção de Lenalidomida, dentro do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). A expectativa é que, em até dois anos, o produto esteja pronto para registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A Lenalidomida é um análogo da Talidomida, remédio fabricado exclusivamente pela Funed há mais de três décadas. O presidente da fundação, Felipe Attiê, ressaltou o impacto econômico e social do projeto.
“Por ter um preço muito elevado para o consumidor, de em média R$ 700 um comprimido, a Lenalidomida é objeto constante de judicialização, principalmente nas esferas estadual e federal”, disse Attiê.
“Com a produção na Funed, conseguiremos reduzir drasticamente esse preço ao Ministério da Saúde e manter a qualidade, levando para a população gratuitamente um medicamento essencial para o tratamento de diversos tipos de cânceres, como para mieloma múltiplo, síndromes mielodisplásicas e linfoma das células do manto”.
Segundo o diretor industrial da Funed, Robson Cavalcanti, a inexistência de fábricas nacionais motivou a criação do projeto. “A aprovação da PDP pelo MS mostra que estamos no caminho certo, buscando novos desafios e alavancando o parque industrial farmacêutico da Funed”.
De acordo com o chefe da Divisão de Desenvolvimento de Medicamentos da Funed, Alisson Bruno Luzia, a produção será feita na mesma estrutura usada para a Talidomida, o que elimina a necessidade de novos investimentos.
“Como só a Funed fabrica a Talidomida, iremos utilizar a mesma área produtiva, já certificada, para produzir a Lenalidomida. Sendo assim, não há necessidade de investimentos estruturais”, explica.
A proposta prevê redução mínima de cinco vezes no valor de referência do medicamento e a possibilidade de centralização do fornecimento, com distribuição via laboratório oficial.
O projeto é resultado de uma parceria com a Hipolabor Farmacêutica e a Ecadil Indústria Química, que apresentaram a melhor proposta comercial no chamamento público aberto pelo Ministério da Saúde em 2024.
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