(Hoje em dia)
O período chuvoso já passou, mas não arrastou com ele um problema comum da época mais úmida e quente do ano: os focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor de uma série de doenças. Como resultado, Minas ainda convive com um elevado contágio por dengue. A média é de 124 casos a cada dia. Situação que aflige as autoridades.
“Temos um cenário preocupante no Estado, com a presença do vetor em quase todos os municípios e muitos com índice de infestação elevado”, informa nota da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
O último Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), da SES-MG, mostrou que quase 60% dos cidades estão em estados de alerta ou risco para surtos de dengue, zika e chikungunya. O perigo ronda 492 localidades.
“Com tantos focos espalhados temos que ficar atentos. Se não conseguirmos melhorar esses indicadores, poderemos ter surtos no fim do ano, quando voltar o período chuvoso”, afirma o infectologista, Estevão Urbano.
O número de criadouros do mosquito não é o único desafio a ser enfrentado. A predominância do tipo 2 do vírus entre as amostras analisadas pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) complica o quadro, segundo a SES-MG. A maior parte dos mineiros que já ficou doente teve o tipo 1 da dengue, ou seja, não está imune ao outro subtipo.
Balanço
De janeiro a junho do ano passado, 22.166 mineiros contraíram a enfermidade. Já no primeiro semestre de 2018 são 22.513 registros. Até o momento, cinco pessoas morreram, mas outros 12 óbitos estão sendo investigados.
Em Belo Horizonte, onde o LIRAa indica estado de alerta, o número de casos registrados até 27 de junho supera em 30% a quantidade apresentada no mesmo período de 2017. Foram 843 doentes em 2018 e 644 no ano anterior, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Em nota, a pasta informa que, mesmo em épocas com poucas notificações, são realizadas ações de combate e prevenção em toda a capital.
Sem baixar a guarda
Para Estevão Urbano, a redução dos casos de dengue no Estado em quase 20 vezes em 2017, frente a 2016, fez com que a população reduzisse os cuidados. O também infectologista Carlos Starling engrossa o coro. “É preciso ter um programa constante de combate ao vetor. Não adianta combater o mosquito só no verão quando a epidemia já está acontecendo”, afirma.
Para o especialista, além de campanhas para aumentar a conscientização sobre os cuidados dentro das residências, é preciso um monitoramento constante dos lotes vagos e vias públicas, além de cuidados na coleta de lixo.Editoria de Arte / N/A
Digite aqui a legenda