No Café Controverso, médicos e pacientes discutiram os medos, tratamentos e a cura do câncer de mama

Clarissa Carvalhaes - Hoje em Dia
12/10/2014 às 08:49.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:34
 (André Brant)

(André Brant)

Pelo combate ao câncer de mama, o café do Espaço do Conhecimento UFMG, que integra o Circuito Cultura Praça da Liberdade, recebeu na manhã de sábado (11) o projeto Café Controverso “Câncer de mama: diagnóstico e prevenção para homens e mulheres”.
 
Na ocasião foram convidados para um bate-papo, o médico mastologista da Associação Médica de Minas Gerais e do Hospital das Clínicas da UFMG, Gabriel de Almeida e a integrante do grupo Toque de Amor, Ana Carolina Calabró.

Segundo Almeida existem muitos pontos que precisam sempre ser reiterados para o público, como a questão da cura. “O câncer de mama é uma doença curável se diagnosticada precocemente – e tem tratamento”, destaca.

Segundo o médico, a previsão é de que 57 mil novos casos sejam identificados no Brasil neste ano. “Por isso, a importância das mulheres e também dos homens ficarem atentos a qualquer alteração. O autoexame é sempre aconselhável, mas não dispensa a mamografia”, alerta.

No Brasil, a mamografia é realizada em mulheres após os 40 anos de idade. No entanto, um terço das mulheres que hoje são diagnosticadas tem idade inferior. “Por isso há uma grande discussão sobre a utilização da mamografia em pessoas com idade menor que 40 anos. Ainda assim, ela não é isenta de riscos”, destaca.

“Há pouco tempo completei 25 anos de formatura e, nesse período, tive a grata oportunidade de rever várias pessoas que fizeram tratamento”.

Ainda durante o encontro, Ana Carolina falou sobre o período que foi diagnosticada, aos 35 anos de idade. “Era meu aniversário e me vi diante da morte. Dos muitos desafios, a perda de cabelo foi uma fase de grande fragilidade porque mexeu com a minha feminilidade. Hoje sou uma mulher muito melhor e dou valor a pequenos coisas”, revela Ana, de 39 anos.
 
Foi depois de passar pelo tratamento e conhecer várias mulheres na mesma situação que ela decidiu criar o grupo. “Lá, encontro pacientes com 18 anos e mais de 40. Fazemos acompanhamento e conversamos muito sobre angústias comuns. É um apoio muito importante”.
 
“O câncer me permitiu ter consciência de morte assustadora. E é ela que me empurra para a vida”, disse Karine Ferreira, 35 anos, que convive com o fantasma do doença desde os 19 anos.

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