Dia Mundial da Saúde: tecnologia contribui na busca do ser humano por longevidade e bem-estar
Pesquisa liderada por engenheira ilustra as vantagens do uso das novas tecnologias na saúde (IEEE/Divulgação)
Dispositivos vestíveis para evitar e monitorar doenças, novos biomarcadores laboratoriais para analisar fatores de risco à saúde e algoritmos de aprendizado de máquinas estão entre os avanços que melhoram as ações de prevenção e elevam a precisão do diagnóstico de vários males -bem como impõem mais qualidade e eficácia aos tratamentos, home considerados menos invasivos.
A tecnologia que contribui na busca do ser humano por longevidade e bem-estar também reduz custos e melhora a vida dos pacientes. E neste ano dá o tom do Dia Mundial da Saúde, celebrado no próximo dia 7. A transformação tecnológica na saúde, especialmente na medicina, é impulsionada pelo incremento das pesquisas em IA e gêmeo digital, como aponta o recente relatório Technology Predictions 2025.
“Hoje temos wearables (dispositivos vestíveis) de uso diário para monitorar a saúde, visando a prevenção, como os anéis inteligentes, que registram dados de sono, nível de atividade física, frequência cardíaca e temperatura corporal. Só para citar um exemplo”, diz a engenheira Cristiane Agra Pimentel, membro do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), organização dedicada ao avanço da tecnologia para a humanidade e professora na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
Unidade atende pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a pesquisadora, a melhoria das rotinas contribuiu para reduzir a mortalidade infantil no hospital.
“O uso da IA e de gêmeo digital pode trazer benefícios inclusive na medicina do trabalho”, celebra a especialista. “Já é realizável aplicar essas tecnologias em uma indústria ou fábrica para saber se uma máquina está funcionando de forma eficiente e segura ou colocando em risco a saúde física e mental do operador. É um recurso para reduzir o índice de afastamento do trabalho por doenças, que podem ser prevenidas”, explica a engenheira do IEEE.
Na visão de Cristiane Pimentel, o avanço da IA na saúde irá amplificar as capacidades dos profissionais dessa área, fornecendo meios eficientes para otimizar a assistência e as rotinas.
Para pesquisadores, haverá, em curto prazo, o aprimoramento na precisão, na análise e na confiabilidade dos parâmetros em saúde. Um exemplo é o uso da ferramenta de IoT (internet das coisas) para integração de dispositivos médicos à internet, facilitando a troca de informações, em tempo real, e com um banco de dados em nuvem. Também a pesquisa clínica está se beneficiando da IA, que permite aos cientistas fazerem análises detalhadas e precisas de diversos dados.
As novas tecnologias também são úteis na elaboração de prontuários médicos. Por exemplo, os profissionais da saúde terão parâmetros sobre quais pacientes respondem melhor a determinado tratamento, qual é o índice aceitável de variação de resultados laboratoriais para cada doença, quais exames e com que frequência devem ser solicitados. E até mesmo quando são recomendadas visitas mais frequentes ao médico, de acordo com um artigo sobre o tema publicado no portal científico Medscape.
Apesar de a IA consumir muita energia, impactando o meio ambiente e a economia, na saúde engenheiros e outros cientistas estão criando soluções sustentáveis, como uso eficiente de recursos e produção sob demanda. Outra preocupação é ratificar parâmetros gerados a partir da IA. Cristiane afirma que ainda há evolução.
“Já existem padrões internacionais para validar as informações obtidas a partir da IA. No caso da medicina, a decisão final sempre será do médico”, ressalta.
De acordo com pesquisa do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.Br), o Brasil está em uma etapa preliminar da efetivação da IA na saúde. Porém com uma grande possibilidade de desenvolvimento dessa tecnologia, também no SUS.
A discussão sobre a regulamentação da IA no Brasil está em pauta no Congresso Nacional.