Diagnóstico moderno

Organização focada em avanço tecnológico para a humanidade aponta ganhos da IA na saúde

Dia Mundial da Saúde: tecnologia contribui na busca do ser humano por longevidade e bem-estar

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
Publicado em 07/04/2025 às 07:00.
Pesquisa liderada por engenheira ilustra as vantagens do uso das novas tecnologias na saúde (IEEE/Divulgação)

Pesquisa liderada por engenheira ilustra as vantagens do uso das novas tecnologias na saúde (IEEE/Divulgação)

Dispositivos vestíveis para evitar e monitorar doenças, novos biomarcadores laboratoriais para analisar fatores de risco à saúde e algoritmos de aprendizado de máquinas estão entre os avanços que melhoram as ações de prevenção e elevam a precisão do diagnóstico de vários males -bem como impõem mais qualidade e eficácia aos tratamentos, home considerados menos invasivos. 

A tecnologia que contribui na busca do ser humano por longevidade e bem-estar também reduz custos e melhora a vida dos pacientes. E neste ano dá o tom do Dia Mundial da Saúde, celebrado no próximo dia 7. A transformação tecnológica na saúde, especialmente na medicina, é impulsionada pelo incremento das pesquisas em IA e gêmeo digital, como aponta o recente relatório Technology Predictions 2025.

“Hoje temos wearables (dispositivos vestíveis) de uso diário para monitorar a saúde, visando a prevenção, como os anéis inteligentes, que registram dados de sono, nível de atividade física, frequência cardíaca e temperatura corporal. Só para citar um exemplo”, diz a engenheira Cristiane Agra Pimentel, membro do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), organização dedicada ao avanço da tecnologia para a humanidade e professora na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). 

Uma pesquisa liderada pela engenheira ilustra bem as vantagens do uso das novas tecnologias na saúde. Um dos projetos diminuiu em 58% o tempo de entrega de laudo de exames laboratoriais urgentes no Hospital da Mulher de Feira de Santana, município onde a UFRB está instalada.

Unidade atende pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a pesquisadora, a melhoria das rotinas contribuiu para reduzir a mortalidade infantil no hospital. 

“O uso da IA e de gêmeo digital pode trazer benefícios inclusive na medicina do trabalho”, celebra a especialista. “Já é realizável aplicar essas tecnologias em uma indústria ou fábrica para saber se uma máquina está funcionando de forma eficiente e segura ou colocando em risco a saúde física e mental do operador. É um recurso para reduzir o índice de afastamento do trabalho por doenças, que podem ser prevenidas”, explica a engenheira do IEEE.

Na visão de Cristiane Pimentel, o avanço da IA na saúde irá amplificar as capacidades dos profissionais dessa área, fornecendo meios eficientes para otimizar a assistência e as rotinas.

Para pesquisadores, haverá, em curto prazo, o aprimoramento na precisão, na análise e na confiabilidade dos parâmetros em saúde. Um exemplo é o uso da ferramenta de IoT (internet das coisas) para integração de dispositivos médicos à internet, facilitando a troca de informações, em tempo real, e com um banco de dados em nuvem. Também a pesquisa clínica está se beneficiando da IA, que permite aos cientistas fazerem análises detalhadas e precisas de diversos dados.

As novas tecnologias também são úteis na elaboração de prontuários médicos. Por exemplo, os profissionais da saúde terão parâmetros sobre quais pacientes respondem melhor a determinado tratamento, qual é o índice aceitável de variação de resultados laboratoriais para cada doença, quais exames e com que frequência devem ser solicitados. E até mesmo quando são recomendadas visitas mais frequentes ao médico, de acordo com um artigo sobre o tema publicado no portal científico Medscape.

Engenheiros e outros cientistas criam soluções sustentáveis

Apesar de a IA consumir muita energia, impactando o meio ambiente e a economia, na saúde engenheiros e outros cientistas estão criando soluções sustentáveis, como uso eficiente de recursos e produção sob demanda. Outra preocupação é ratificar parâmetros gerados a partir da IA. Cristiane afirma que ainda há evolução.

“Já existem padrões internacionais para validar as informações obtidas a partir da IA. No caso da medicina, a decisão final sempre será do médico”, ressalta.

De acordo com pesquisa do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.Br), o Brasil está em uma etapa preliminar da efetivação da IA na saúde. Porém com uma grande possibilidade de desenvolvimento dessa tecnologia, também no SUS. 

A discussão sobre a regulamentação da IA no Brasil está em pauta no Congresso Nacional.

© Copyright 2025Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por