SAÚDE DA MULHER

Outubro Rosa: diagnóstico precoce garante mais de 90% de chance de cura do câncer de mama

Médicos reforçam que as ações de prevenção não podem ficar restritas a este mês

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
24/10/2025 às 20:56.
Atualizado em 24/10/2025 às 21:00
Diagnóstico precoce garante mais de 90% de cura (Freepik)

Diagnóstico precoce garante mais de 90% de cura (Freepik)

O ano de 2025 deve terminar 70 mil novos casos de câncer de mama no Brasil, aponta estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Apesar do número expressivo, o avanço dos exames de rastreamento e a conscientização sobre o autocuidado têm ampliado os tratamentos bem-sucedidos. O diagnóstico precoce segue como o maior aliado na luta contra a doença, sendo responsável por garantir mais de 90% de chance de cura quando o tumor é identificado na fase inicial.

Os alertas voltaram a ganhar força devido ao Outubro Rosa, uma das maiores campanhas de conscientização do país. No entanto, médicos reforçam que as ações de prevenção não podem ficar restritas a este mês. A mastologista Anna Salvador, do Mater Dei, destaca que a mamografia é o exame mais eficaz para a detecção. “Essencial para aumentar as chances de cura e possibilitar tratamentos menos agressivos”, afirma a médica.

O exame deve ser feito anualmente a partir dos 40 anos, mesmo sem sintomas, conforme recomenda a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Casos de risco elevado - como histórico familiar, mutações genéticas ou exposição à radioterapia torácica - exigem início antecipado e acompanhamento individualizado.

Prevenção contínua e acolhimento

Neste ano, o Mater Dei lançou o “Ano Rosa”, uma extensão do Outubro Rosa com foco em informação, acolhimento e fortalecimento das redes de apoio. A ação integra a campanha “Elas por Elas”, que reúne histórias de superação e promove uma revista especial sobre prevenção, diagnóstico e tratamento. A proposta é manter a conscientização ativa o ano inteiro, incentivando o cuidado integral com a saúde da mulher.

Entre os exemplos compartilhados está o da mineira Rebeca Silva, de 34 anos, em tratamento no hospital. “Meu caso era atípico. Mesmo com nódulos muito pequenos, que só pude sentir porque a região ficou inflamada, o câncer se espalhou rapidamente para ossos e fígado, causando fratura na coluna cervical e lesão no fêmur, com dor intensa no quadril e na perna”, relatou. Após cerca de cinco meses, Rebeca apresentou resposta completa ao tratamento, sem sinais de atividade tumoral - um desfecho raro.

Autoexame não substitui a mamografia

Embora importante para o autoconhecimento, o autoexame não substitui os exames clínicos e de imagem, como a mamografia. Anna Salvador orienta que qualquer alteração percebida - nódulos, secreção, retração ou mudança na pele das mamas - deve ser avaliada por um ginecologista ou mastologista.

Rede pública conta com atendimento integral

Em Minas, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) coordena o Programa Saúde Aqui Tem Pressa: Cuidar na Hora Certa, lançado em 2024. O foco é reduzir as mortes associadas ao câncer de mama e fortalecer a rede de diagnóstico e tratamento. O programa recebe R$ 24,4 milhões em recursos estaduais por ano.

“O câncer de mama ainda é a principal causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil, segundo o Inca. Investir no diagnóstico precoce é garantir mais chances de cura e menos sofrimento”, destaca a secretária de Estado Adjunta de Saúde, Poliana Cardoso Lopes.

No Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), referência em oncologia da Fhemig, o atendimento é feito por equipe multidisciplinar, desde o acolhimento inicial até o tratamento cirúrgico ou quimioterápico. “Nosso objetivo é oferecer o melhor cuidado possível, respeitando o momento e a necessidade de cada mulher”, afirma a mastologista Larissa Aquino. Segundo ela, o hospital ampliou a capacidade diagnóstica com novos equipamentos e oferece suporte a pacientes em cuidados.

Atualmente, a rede pública em Minas conta com 437 mamógrafos. O SUS oferece todas as modalidades de tratamento - cirurgias, reconstrução mamária, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e terapias com anticorpos — conforme o tipo e o estágio da doença. As secretarias municipais de saúde encaminham os casos para a Comissão Municipal de Oncologia de referência, que agenda a primeira consulta no hospital habilitado.

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