(Reprodução Twitter)
O secretário do Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, chegou a Pequim neste sábado (2) para uma nova rodada de negociações com autoridades chinesas após Washington retomar as ameaças de elevar as tarifas para a exportação de produtos de alta tecnologia chineses.
O foco das negociações é acrescentar detalhes ao compromisso assumido pela China, em 19 de maio, de reduzir o seu politicamente volátil superávit comercial com os Estados Unidos, que atingiu recorde de US$ 375,2 bilhões no ano passado. Nesse contexto, os chineses prometeram comprar mais bens e serviços dos Estados Unidos.
O presidente Donald Trump colocou o status das negociações em dúvida nesta semana ao renovar as ameaças de elevar tarifas de importação sobre uma lista de US$ 50 bilhões em bens chineses que contenham tecnologia industrial significativa. Os norte-americanos alegam que Pequim tem roubado ou pressionado companhias estrangeiras a entregar tecnologia.
Concorrência
Segundo analistas do setor privado, embora Pequim esteja disposta a reduzir seu superávit comercial com os Estados Unidos, o país irá resistir a mudanças que ameacem seus planos de transformar a China em um concorrente global em tecnologia. Os dois governos não divulgaram uma agenda para as negociações, mas autoridades chinesas informaram mais cedo que Ross deve permanecer em Pequim até segunda-feira.
Ross foi visto neste sábado nos arredores do hotel em que está hospedado, mas não atendeu a imprensa. No início da noite, Ross deve jantar com o vice primeiro-ministro chinês Liu He na Diaoyutai State Guesthouse, em Pequim. O secretário se encontrará novamente com Liu neste domingo.
A China tem prometido "aumentar significativamente" as compras de bens agrícolas, energia e outros produtos e serviços. Porém, Pequim tem resistido a pressão de se comprometer com a meta de reduzir o seu superávit anual com os Estados Unidos em pelo menos US$ 200 bilhões até 2020.
Na sequência do anúncio de Pequim, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse que a disputa estava 'em espera'. A trégua, porém, parece ter chegado ao fim com o anúncio de Washington de seguir adiante com os planos de elevar tarifas para bens tecnologia chineses e impor limites em investimentos chineses e exportações dos EUA de produtos de alta tecnologia.
A medida é reflexo da crescente preocupação dos norte-americanos sobre o status da China como potencial concorrente em tecnologia e reclamações de que Pequim subsidia indevidamente segmentos incipientes da indústria doméstica e os protege da concorrência. Fonte: Associated Press.