O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, entregou uma mensagem em duas frentes a Pequim: de um lado, mantendo a esperança de uma melhora gradual da relação militar com o gigante asiático, mas também mandando um aviso severo sobre ciberataques provenientes do país. A declaração de Hagel foi recebida com ceticismo pela delegação chinesa na plateia, que questionou o papel dos Estados Unidos no Pacífico.
Falando em uma conferência de segurança em Cingapura, neste sábado, 1, Hagel disse que "os EUA expressam preocupações com a crescente ameaça de invasões cibernéticas, algumas das quais parecem estar ligadas ao governo e a militares chineses."
Hagel não é o primeiro oficial dos EUA a culpar publicamente a China por ataques por meio de computadores que roubam dados do governo dos EUA e das redes corporativas, mas ele fez tais comentários com os membros do governo de Pequim na plateia.
Seus comentários desencadearam uma resposta irônica da major-general Yao Yunzhu, diretora do Centro para Relações de Defesa China-América, que o desafiou a explicar melhor as intenções militares dos EUA na região. "Obrigado por mencionar a China várias vezes", disse ela a Hagel, minutos depois que ele concluiu seu discurso e começou a fazer perguntas da plateia, o que levou a risos da audiência.
Ela acrescentou que a nova rotação dos EUA para o Pacífico tem sido amplamente interpretada como uma tentativa "para combater a crescente influência da China e para compensar o aumento das capacidades militares do exército chinês."
Essas questões e a relação entre os dois país estarão na agenda para a reunião do presidente Barack Obama na próxima semana, na Califórnia, com o novo presidente chinês Xi Jinping. Será o primeiro encontro desde a reeleição de Obama e da promoção de Xi para chefe do Partido Comunista. As informações são da Associated Press.
http://www.estadao.com.br