Segurança terá 5 mil homens em Aparecida para o papa

Adriana Ferraz, enviada especial, e Marcelo Godoy
20/07/2013 às 09:06.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:13

Um efetivo de 5 mil homens das Forças Armadas e das Polícias Civil, Militar e Federal vai reforçar a segurança em Aparecida, no interior de São Paulo, para a visita do papa Francisco, que celebra missa na quarta-feira, 24, no Santuário de Nossa Senhora Aparecida durante sua visita ao País.

Nesta sexta, 19, parte dos 2,2 mil soldados do Exército que participam da operação chegou à cidade e iniciou o reforço nos principais acessos à basílica e ao Seminário Bom Jesus, onde o pontífice vai almoçar e descansar após a celebração. A segurança do papa contará ainda com homens das Polícias Rodoviárias Estadual e Federal e do Corpo de Bombeiros, além de 154 seguranças patrimoniais e representantes da Guarda suíça. O número total não foi divulgado pela assessoria do santuário, que já trabalha com a possibilidade de Francisco querer se aproximar dos fiéis, no estacionamento da basílica, ou no trajeto até o seminário. Serão 3 km a serem percorridos no papamóvel, provavelmente aberto.

O esquema contará com quatro helicópteros equipados com câmeras capazes de detectar alvos a um quilômetro de distância, jipes e equipamentos capazes de identificar até a presença de produtos químicos, como bombas, no perímetro onde Francisco estiver. Mais cedo, um grupo de soldados do Exército fez a primeira checagem do quarto onde o papa vai descansar.

Os homens empregados em Aparecida pertencem às 11.ª e 12.ª Brigadas de Infantaria. A primeira tem treinamento para operações de garantia da ordem. A segunda é a tropa aeromóvel, parte da força de ação rápida com experiência no Haiti. Há ainda homens da Aviação do Exército, de unidades de artilharia, logística e da cavalaria.

Exceção

Devoto de Maria, o papa abriu uma exceção na agenda da Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no Rio a partir de terça-feira, 23, para visitar o santuário.

Ele chegará à cidade por volta das 10h, de helicóptero, e terá pelo menos três oportunidades de abençoar o povo. Segundo o arcebispo de Aparecida, d. Raymundo Damasceno, o papa ficará tão próximo que quase dará para "apertar a sua mão".

Se nas ruas a chance de Francisco improvisar é grande, no interior da basílica a organização espera conseguir seguir o roteiro estabelecido pela segurança, que inclui vistoria dos fiéis que assistirão à missa na igreja com detector de metais - o público será limitado a 15 mil pessoas.

Para reduzir os riscos de qualquer incidente não programado, os acessos principais à basílica ficarão fechados por cinco horas, a partir da meia-noite de quarta-feira, para que seja feita uma varredura geral.

Dom Damasceno não acredita em qualquer tipo de incidente na visita do papa nem mesmo protestos. "Não tivemos registros de manifestações na cidade. Não estou preocupado com isso. Se houver algum tipo de protesto será pontual e não vai ecoar entre os fiéis. Aparecida é visitada por famílias, que têm crianças, e certamente não vêm aqui para fazer baderna."

O padre Valdivino Guimarães, prefeito da basílica, também não demonstra preocupação com o tema. "Estamos acostumados a receber milhares de pessoas nos fins de semana. Dependendo da época do ano, são 200 mil, o mesmo número aguardado para a visita do papa. E nunca ocorreu nada grave."

O reforço deve ser intensificado a partir do início da noite do dia 23, véspera da missa, quando uma vigília, seguida de shows musicais, vai "distrair" os fiéis até a chegada do papa. "As pessoas podem vir sem medo", assegura Damasceno. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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