Pouca gente faz seguro do automóvel porque ele é caro, ou ele é caro porque pouca gente faz? Para tentar resolver essa história do ovo ou da galinha aplicada ao seguro do automóvel, surgiu no inicio desse ano a ideia do “seguro popular”.
O custo cobrado por uma companhia seguradora para emitir a apólice que dá cobertura a um automóvel é relativamente elevado, pois o mercado brasileiro não adere em volumes semelhantes aos de outros países. Calcula-se que apenas 30 a 35% dos veículos que rodam no Brasil estejam protegidos por seguro.
Além disso, uma grande parte da nossa frota é de veículos “velhinhos” e estes não são cobertos pelas seguradoras. Imaginou-se então criar um tipo de “seguro popular” destinado principalmente aos carros com mais de dez anos de fabricação, que as companhias de seguro sequer aceitam emitir apólice de cobertura.
A emissão desta apólice teria custo até 30% inferior ao tradicional, pois o reparo do veículo acidentado também custaria menos para a seguradora. O que mais pesa para consertar um carro que sofreu um acidente é o custo das peças de reposição. No seguro tradicional é obrigatório o uso de peças originais, adquiridas na concessionária. No seguro “popular”, a oficina poderia utilizar componentes não originais, fornecidos pelas lojas do setor (mercado paralelo). Dependendo da peça, ela poderia até ser adquirida no ferro-velho. O critério para a utilização destes componentes vem sendo analisado por seguradoras e oficinas, de modo a se garantir um mínimo de qualidade ao reparo.
Seriam também reduzidas algumas das obrigações da seguradora, como carro reserva, assistência 24 horas, hospedagem, viagem de volta e assim por diante. Como o assunto é polêmico e sujeito a “chuvas e trovoadas”, está sendo discutido há meses. Porém, as partes interessadas estão chegando a um acordo. E tudo indica que poderá ser oferecido oficialmente ao mercado a partir do inicio de 2017.