Muito mais que uma final, o jogo entre Sada/Cruzeiro e RJX, no domingo, às 10h, no Maracanãzinho, servirá como tira-teima para quatro jogadores da equipe celeste. Renegados pelo técnico Bernardinho, da seleção brasileira, o central Douglas Cordeiro, o levantador William, o líbero Serginho e o ponteiro Filipe terão a chance de derrotar um time formado, basicamente, por jogadores convocados constantemente.
“Apesar de estarmos defendendo o título, a pressão do lado deles, com certeza, é maior. Na falta de investimento que o vôlei brasileiro está atualmente, eles são muito mais cobrados do que a gente. Além disso, o RJX é vitrine, pois conta com vários jogadores da seleção e foi montado para ser campeão”, analisa o líbero Serginho. O clube carioca tem Lucão, Bruninho, Dante e Thiago Alves, todos vice-campeões olímpicos em Londres, além de Théo e Mário Júnior, cortados do grupo na última hora.
A não convocação incomoda os cruzeirenses, mas eles garantem não pensar mais nisso. “Já comprei minha passagem de férias. Tem anos que estamos jogando bem e não somos lembrados. Então parei de criar esperança. Já organizei a viagem, como faço há alguns anos”, garante Serginho.
O desejo de vestir a amarelinha, no entanto, está apenas adormecido. “Não escondo de ninguém que tenho o sonho de disputar uma olimpíada, mas prefiro não ficar pensando nisso. Sempre achei que a convocação seria uma premiação para quem faz uma boa temporada. Fiz várias e nem por isso fui convocado”, comenta. E brinca: “Caso seja lembrado, troco a passagem.”
Recordista
O líbero disputa a décima final de Superliga e, ao pisar a quadra do Maracanãzinho, se tornará recordista em decisões da competição, deixando para trás o ponteiro Ezinho, que foi companheiro de time, ainda no Minas, em três das quatro conquistas de Serginho (2000/01, 2001/02 e 2006/2007).
Apesar da experiência no confronto, o jogador está mais nervoso do que nas primeiras vezes. “Antes, eu jogava ao lado do Giba ou do Nalbert, então acabava que ninguém olhava pra mim. Agora não, sou um dos líderes da equipe. A pressão é maior”, afirma. Ele, porém, confia que o Cruzeiro tem o que é preciso para sair de quadra com o bicampeonato. “Independentemente do valor de cada equipe, podemos ganhar. Trabalhamos como um grupo forte e maduro, que sabe que tem condição de ficar novamente com o título”, conclui.