(LUCAS PRATES)
Mesmo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preso, o Partido dos Trabalhadores (PT) lançou oficialmente ontem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a candidatura do petista à Presidência da República. Ele está detido desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba.
O evento reuniu boa parte da alta cúpula petista no Actuall Hotel, em Contagem, incluindo a ex-presidente Dilma Rousseff, governadores petistas e a senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
Em entrevista coletiva à imprensa, Gleisi afirmou que o partido não tem um plano B, mesmo com nomes como Fernando Haddad, Jacques Wagner e Patrus Ananias sendo ventilados nos bastidores do partido para substituir Lula, em caso de impugnação da candidatura do ex-presidente.
“Não existe plano B. O PT trabalha com a candidatura de Lula e só”, disse Gleisi.
A senadora ressaltou ainda que Lula será candidato à Presidência, mesmo que o Superior Tribunal Federal (STF) negue, em último caso, o direito de o ex-presidente realizar o registro eleitoral.
“Se alguém suscitar isso (a impugnação da candidatura de Lula), Ministério Público ou outra parte, se o STF avaliar que não pode, o que seria uma brutalidade contra o ex-presidente, podemos definir que ele faça a disputa sem o registro. Isso tem acontecido sistematicamente com diversas candidaturas. E a Justiça Eleitoral tem concedido a posse”, argumentou Gleisi.
“Ano passado, tivemos 145 prefeitos eleitos e que tomaram posse nessa situação. Nunca tivemos, desde 2000, nenhum candidato impedido de registrar a candidatura. E, desde a Lei da Ficha Limpa, milhares de candidatos concorreram mesmo estando numa situação semelhante à que está o ex-presidente”, completou a senadora.
Questionada como será a campanha eleitoral do ex-presidente na prática, uma vez que ele está preso há cerca de dois meses e já teve dois habeas corpus negados, Gleisi informou que o PT ingressou com dois pedidos na Justiça para que Lula possa se manifestar aos eleitores por meio de vídeos, cartas e entrevistas concedidas à imprensa da prisão. Apesar disso, o partido ainda tenta a liberdade de Lula antes do pleito, em outubro.
“O Lula, como está com os direitos políticos em exercício, tem direito a falar. Tem direito a se manifestar. Já temos pedidos na Justiça, na Vara de Execuções Penais, para que ele possa dar entrevistas. E estamos solicitando também que ele possa fazer gravações para se manifestar à nação. Independente disso, nós vamos fazer a campanha de Lula”, disse Gleisi.
A candidatura de Lula tem como slogan “Lula: O Brasil Feliz de Novo”. O evento de lançamento ontem à noite teve a imagem do petista projetada por meio de um holograma no palco do Actuall Hotel, além da leitura de carta assinada pelo ex-presidente.