(Daniel Ramalho)
O descredenciamento provisório do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), que seria responsável pelos exames antidoping dos Jogos Olímpicos, pegou de surpresa o Comitê Rio-2016. A entidade informou nesta sexta-feira (24) que "não havia plano B" para os exames, e agora aguarda orientações da Wada (Agência Mundial Antidoping, na sigla em inglês) para saber como serão realizados os exames durante a Olimpíada.
Caso o LBCD não seja recredenciado até agosto, as amostras de urina para a realização dos exames deverão ser enviadas à França ou Suíça. "A gente não tinha um plano B para isso. A gente tinha certeza de que o laboratório iria ficar pronto, como ficou. Não tínhamos nenhuma perspectiva de receber essa notícia", afirmou Mario Andrada, diretor de Comunicação do Rio-2016.
Apesar disso, o porta-voz do comitê procurou demonstrar tranquilidade. Mesmo que o LBCD não possa ser usado na Olimpíada, o envio das amostras para o exterior deverá impactar pouco nas contas do Rio-2016, segundo Andrada.
"Não está definido quem vai assumir esses custos, mas mesmo que seja a gente (Comitê Rio-2016) não haveria muito problema", sustentou. "Temos um acordo com a TAM (Latam), que é patrocinadora. Ela viaja para esses países, há voos todos os dias. A gente faz um acordo com a empresa. Não é grave nesse sentido."
O diretor afirmou ainda que o mais importante é que os exames sejam realizados. "Nós temos um compromisso com Jogos limpos, e isso não muda. A gente trabalha com tolerância zero em doping", declarou Mario Andrada.
Procurado, o secretário nacional da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), órgão responsável pelo LBCD preferiu não se pronunciar. A entidade divulgou nota informando que tem "forte expectativa de que a instituição (laboratório) tomará todas as providências necessárias para que a suspensão provisória" seja revista.
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