Sem verba, saúde na Zona da Mata está à beira de um colapso

Ana Luiza Faria e Fernando Dutra - Hoje em Dia
06/12/2014 às 08:32.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:17
 (Carlos Mendonça)

(Carlos Mendonça)

Dezenas de prefeitos da Zona da Mata mineira reivindicam credenciamento de hospitais da rede de urgência e emergência da região junto ao Ministério da Saúde. Segundo eles, essas unidades funcionam hoje de maneira precária. E para que essa situação seja revertida, apontam a necessidade de recebimento de um repasse mensal da União de aproximadamente R$ 20 milhões.
A rede pública de saúde é a área mais afetada pela falta de recursos e corre o risco iminente de entrar em colapso, especialmente na rede de urgência e emergência, de acordo com os administradores municipais.
Na última sexta-feira (5), em Juiz de Fora, prefeitos, vice-prefeitos e representantes de 76 integrantes da Associação dos Municípios do Vale Paraibuna (Ampar) e representantes do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Sudeste (Cisdeste) se reuniram para apresentar uma carta aberta à população. No documento, revelam “a grave e impactante crise financeira pela qual passam os 94 municípios da macrorregião, que atinge 1,6 milhão de pessoas.
De acordo com o prefeito de Rio Pomba e presidente da Ampar, Fernando Antônio Dutra Macedo (PMDB), a situação é muito delicada. “Os repasses da União e do Estado não são suficientes para atender as necessidades dos hospitais da região. Além disso, os repasses, na maioria das vezes, são feitos com atraso. A prefeitura não tem condições de arcar com todas as despesas”, declarou.
Fernando Antônio afirmou que nenhuma unidade de saúde fechou até hoje “por esforço” dos diretores das instituições e prefeitos. “A saúde, como é uma área prioritária para a população, mesmo com pouco dinheiro em caixa sempre damos um jeito de não paralisar nenhum hospital por completo”.
O prefeito de Rio Pomba ressaltou que verbas destinadas a outras áreas são remanejadas para atender o setor da saúde. “Não podemos fazer isso sempre, pois todas as áreas são importantes e precisam de dinheiro”, afirmou.
O prefeito de Juiz de Fira, Bruno Siqueira (PMDB), explicou que como o credenciamento das cidades junto ao Ministério da Saúde pode garantir um repasse mensal da União para os hospitais da rede de urgência e emergência, essa seria uma boa maneira de resolver parte dos problemas.
“A falta de recursos faz com que as prefeituras enfrentem dificuldades no atendimento de urgência e emergência, principalmente nas cidades menores. A concentração de recursos no governo federal prejudica e muito todos os municípios”, afirmou.
Bruno Siqueira disse que em Juiz de Fora o hospital mais ameaçado é o Teresinha de Jesus. “O hospital precisa de mais apoio, principalmente a maternidade. Este mês, o governo do Estado repassou recursos, mas infelizmente não foram suficientes”. Para o prefeit o, a verba mensal ideal para o Santa Teresinha seria de R$ 2 milhões. l
PF apreende R$ 100 mil e casal aponta origem na corrupção   A Polícia Federal apreendeu na tarde da última sexta-feira (5), na região de Montes Claros, Norte de Minas, a quantia de R$ 100 mil em dinheiro que seriam utilizados para corrupção política. A ação ocorreu após denúncia anônima sobre um veículo que transportava grande quantia em dinheiro.
A ação da PF foi comandada pelo chefe da corporação do Norte de Minas, delegado Marcelo Freitas, e foi acompanhada pelo também delegado Thiago Garcia Amorim. Segundo Amorim, foram presos dois suspeitos, um homem e uma mulher, no município de Lontra. Os suspeitos saíram de Januária com destino a Belo Horizonte. Ainda de acordo com os delegados, o casal não informou a quem o dinheiro seria entregue. Os suspeitos se limitaram a afirmar que o dinheiro seria proveniente de atos de corrupção política.
Segundo a Polícia Federal, o casal preso não possui antecedentes criminais. O dinheiro foi apreendido e os suspeitos encaminhados para a sede da PF de Montes Claros.
Operação “Curinga”
De acordo com o delegado Thiago Amorim, a apreensão da última sexta-feira (5) não tem ligação com a operação “Curinga”, deflagrada pela Polícia Federal no mês passado para coibir fraude na Previdência Social no Norte de Minas.
A operação apontou parlamentares petistas como possíveis beneficiários de um esquema montado na prefeitura e na Câmara Municipal de Monte Azul.
Segundo as investigações, benefícios previdenciários, materiais de construção, combustível e até dentaduras foram fornecidos para eleitores da região em troca de voto e suposto apoio político para deputados e candidatos da coligação do PT.
Os nomes de Reginaldo Lopes (PT), eleito deputado federal, e Paulo Guedes (PT), eleito deputado estadual, foram citados no relatório da Polícia Federal.
Norte do Estado também em crise
Municípios do Norte de Minas também passam por dificuldades financeiras. De acordo com matéria publicada essa semana no Hoje em Dia, diante da falta de recursos, prefeitos da região estão demitindo servidores e enxugando os gastos.
Assim como na Zona da Mata, prefeitos reclamam da falta de repasse de verbas estaduais e federais. No Norte do Estado, a saúde e a educação funcionam de forma precária.

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