(PMMG/Divulgação )
A explosão dos furtos de cabos de cobre nos semáforos de Belo Horizonte não tem afetado apenas os cofres públicos. Até mesmo a segurança dos motoristas que trafegam pela capital está sendo prejudicada. Um equipamento desligado ontem na avenida Cristiano Machado, inclusive, pode ter provocado um acidente entre um ônibus e um carro, no bairro Cidade Nova, região Nordeste da metrópole. O aparelho estava inoperante após ladrões levarem a fiação.
De janeiro a outubro deste ano, 69 mil metros de fios foram furtados, segundo dados da BHTrans. O número é 392% maior do que o registrado no mesmo período de 2017, quando 14 mil metros desapareceram.
A essa estatística entrará o material roubado do semáforo na avenida Cristiano Machado, na esquina com rua Dom Leme. No local, além do acidente pela manhã, motoristas e pedestres também enfrentaram transtornos, pois o trânsito ficou caótico na região.
“Quando cheguei para trabalhar, vi que o carro estava todo destruído pelo ônibus. Todos os sinais do cruzamento estavam desligados. Pode ter sido isso”, afirmou a atendente Ana Cláudia Silva, de 31 anos.
A Polícia Civil foi procurada para informar se as causas do acidente serão investigadas. A corporação disse que somente o Departamento de Trânsito (Detran) poderia falar sobre o assunto, mas que os responsáveis não foram encontrados.
Perigo
Especialista em transporte e trânsito, Márcio Aguiar diz que os crimes se somam aos problemas de um tráfego já saturado e tornam a rotina dos motoristas ainda mais perigosa. “Muito provavelmente, o sinal desligado por causa do furto foi o que causou o acidente. Infelizmente, esse problema tem se tornado rotina em Belo Horizonte”, avalia o professor da Fumec.
Os números da BHTrans chamam a atenção. Apenas neste ano, 484 ocorrências de furtos de cabos de cobre nos semáforos da capital já foram registradas. Uma média que varia entre cinco e oito ataques por semana, conforme a autarquia.
A empresa responsável pelo trânsito no município afirma que vem buscando instalar os aparelhos com materiais de menor atratividade, como o plástico no visor dos equipamentos destinados aos pedestres, por exemplo. A estratégia, no entanto, tem sido em vão. “A BHTrans tenta, quando possível, deixar mais difícil o acesso aos cabos, seja enterrando ou colocando-os mais alto. Contudo, quem furta também se adapta”, admitiu a pasta, por nota.
Policiamento
A Guarda Municipal informou, também por meio de nota, acompanhar o crescimento dos delitos na metrópole e que a atratividade dos criminosos pelos cabos de cobre está na facilidade de revenda do produto.
“Os autores e receptadores, no entanto, estão sendo alvo de um trabalho minucioso de levantamento de informações que vem possibilitando a identificação de suspeitos”. A Polícia Militar foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.
(Colaborou Malú Damázio)