Semana Santa deve aquecer mercado de carne branca e vermelha

Jornal O Norte
05/04/2006 às 12:56.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:32

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Semana Santa pode aumentar as vendas de peixes em Montes Claros. Mas, como os preços estão favoráveis neste ano, o consumidor tem a opção de escolher se quer peixe, frango ou carne vermelha, como mandar sua tradição religiosa.

A concorrência está dando ao consumidor opções  de escolher o melhor e mais barato para o prato da semana santa, inclusive em respeito a suas tradições religiosas


(foto: Wilson Medeiros)













Seguindo as tradições, os católicos optam por não comer carne vermelha nessa época do ano, o que os fazem procurar as peixarias que se abastecem longe do Norte de Minas devido à pouca demanda do produto na região.

Conforme o dono de uma peixaria no mercado municipal de Montes Claros, Eder Geraldo Guedes, por enquanto as vendas não sofreram nenhuma alteração, mas a expectativa é grande com relação à procura pelos peixes. Ele diz que tem buscado seu produto em Chique Chique na Bahia, Argentina, Belém do Pará, e Amazonas devido ao rio São Francisco estar muito cheio não dando condições de pesca aos pescadores.

PREÇOS

Mas o consumidor vai encontrar uma variedade de peixes e preços. No mercado, os peixes custam de R$ 2 a R$ 19,90 sendo que podem ser encontrados cortados ou inteiros. É bom que o consumidor preste bem atenção na hora de escolher o melhor, é preciso que as escamas estejam bem firmes ao peixe, víceras bem avermelhadas e olhos limpos.

De dois em dois meses, ou de 15 em 15 dias Eder segue em busca do produto para que sua clientela não volte para casa sem um surubim, um curimatã ou até mesmo um dourado, traíra, bacalhau, o que vai mudar na verdade é sua origem: norte-mineira, baiana, argentina entre outros. Tudo ao gosto do bolso do cliente.

Vale lembrar que os peixes oriundos do Velho Chico são mais caros que os argentinos, por exemplo, que apresentam cerca de 50 % de diferença nos preços. No ano passado as vendas nesse mesmo período foram maiores de acordo com Eder, pelo menos aquelas realizadas no varejo.

- Espero que as vendas cresçam na próxima semana e conto com minha clientela fiel há mais de 20 anos e que vem ao mercado, à peixaria em busca de qualidade. Temos também promoção de peixe salgado de R$ 3,99, mas podemos negociar - diz.

Para Onofre Gonçalves da Silva, morador do bairro Melo, em Moc, os preços estão acessíveis neste ano, mesmo estando às vésperas da Semana Santa. O contrário do que pensa seu João Soares Ferreira, que saiu de Vila Nova de Lima, distrito de Moc para encontrar bons preços. Na hora da entrevista estava levando para casa seu primeiro peixe desse período, um curimatã de R$ 7,90 o quilo.

- Apesar de achar os peixes caros, pretendo abastecer minha dispensa deles nessa Semana Santa que acredito tanto por ser católico.

CARNE BOVINA

Para quem não tem problemas em comer carne vermelha na Semana Santa, o mercado interno dispõe de preços mais baixos devido aos vetos dos países estrangeiros que embargaram a carne nacional. Em alguns estabelecimentos a carne de primeira sofreu queda de até 50%.

Segundo Jonas Oliveira Godinho, vendedor de um açougue no mercado municipal, pedaços de carne como a alcatra e o cupim caíram aproximadamente 40%. Antes do embargo da carne, Jonas lembra que por incrível que pareça os consumidores compravam mais do que agora que os preços estão menores. O quilo da alcatra já pode ser adquirida ao custo de R$ 6,50, quando outrora custava até R$9. As carnes de primeira foram as que mais sofreram queda representativa em todo o Brasil, segundo os frigoríficos.

A Argentina e alguns países da Europa tinham retirado o veto e voltado a importar a carne nacional, caso da Rússia que voltou a comprar do Rio Grande do Sul, Paraná, e São Paulo.

Cerca de 42 países decretaram veto à carne oriunda do Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo onde foram detectados focos da febre aftosa. Os países só voltaram a importar a carne porque os produtores e o ministério da agricultura, pecuária e abastecimento garantiu que os focos praticamente acabaram.

Mesmo com os preços baixos nossa reportagem encontrou um consumidor que ainda reclama dos altos preços da carne vermelha. Judevan Souza, do bairro Village do Lago III diz não ter percebido a queda dos preços mesmo tendo pesquisado em três açougues antes de comprar o que queria. 

- Sempre pesquiso antes de comprar, mesmo que demore um pouco para encontrar o melhor preço, porque tudo está muito caro, carne, gás, feira; tudo.

FRANGO

Os consumidores ainda podem comprar o frango que está em alguns lugares em promoção devido a crise da gripe aviária. Nos supermercados da cidade pode-se encontrar promoções que variam de R$ 1,15 a R$ 7 reais os pedaços congelados ou o quilo do mesmo.

Outra novidade segundo noticiou o Estadão, os embarques brasileiros de carne de frango não industrializada aumentaram 12% em março para 213,3 mil toneladas, ante as exportações de fevereiro, de 190,3 mil toneladas.

Na comparação com março do ano passado, quando os embarques foram de 225,4 mil toneladas, houve queda de 5,3%. Os números são da Secex - Secretaria de Comércio Exterior do ministério de Planejamento e Desenvolvimento de Comércio Exterior.

As exportações de março renderam US$ 238,4 milhões, resultado 6% superior às vendas de fevereiro, de US$ 224,7 milhões. Com relação a março do ano passado - US$ 243,4 milhões, os embarques renderam 2% menos. O preço médio da tonelada de frango vendida em março foi de US$ 1.118, ante US$ 1.180 em fevereiro - queda de 5,3%.

O preço, no entanto, aumentou na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a tonelada valia US$ 1.080.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por