Semeando defende tema Segurança Alimentar

Jornal O Norte
10/12/2007 às 09:59.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:25

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Responsabilidade ambiental pode ser conquistada com educação escolar. Depois de ter a água como tema, o programa Semeando agora discute a segurança alimentar. Foi pensando nisso que o Senar- Serviço nacional de aprendizagem rural criou o Programa Semeando, no qual milhares de crianças já foram premiadas com seus trabalhos desenvolvidos dentro da escola. Durante cerca de três meses os alunos através de pesquisas, trabalhos, atividades extra-classe, aprenderam sobre educação ambiental e segurança alimentar, cuidados com o meio ambiente, queimadas, e principalmente sobre a falta de alimentos. Os alunos enviaram ao Senar, desenhos, redações, e experiências pedagógicas ao concurso final do Programa Semeando, sendo que seis alunos do Norte de Minas foram classificados e participaram no Minascentro da solenidade de premiação. Eles receberam computador, aparelhos de som, TV e bicicletas.

Emoção em dose dupla ainda para duas irmãs, duas professoras que foram classificadas nas categorias A e B com as melhores experiências pedagógicas. Elas são de Pedra de Maria da Cruz e Januária. Cerca de 255 mil e 796 alunos da Rede Pública de Ensino do Norte de Minas aderiram ao Programa Semeando de 2007, ultrapassando a meta de 243 mil e 471 estudantes, com uma diferença de 12 mil e 326 alunos a mais. Ao todo, 1.404 escolas de 87 municípios da região se inscreveram no maior programa ambiental de Minas Gerais. Em Montes Claros, 27 mil e 353 alunos de 41 escolas estaduais e 12 mil e 839 estudantes de 53 escolas municipais se inscreveram no Semeando 2007.

O Consea - Conselho nacional de segurança alimentar tem trabalhado com afinco para defender a causa da alimentação e da nutrição. Segundo dados da Organização nacional das nações unidas milhares de brasileiros convivem diariamente com a fome e a miséria por falta de políticas públicas. A Pastoral da Criança também realiza trabalhos no combate à fome em todo o Pais. E por causa desse trabalho, voluntário, tem salvado vidas pela imensidão verde-amarela.

Em proteção ao meio ambiente, 809 crianças da escola estadual Dom João Pimenta estão envolvidas no Programa Semeando, que tem o objetivo de proporcionar às crianças e aos educadores uma reflexão sobre a importância do desenvolvimento sustentável.

O Semeando é uma iniciativa da FAEMG - Federação da agricultura e pecuária do Estado de Minas Gerais e do Senar, que visam mostrar que os modos de vida rural e urbano possuem inúmeras e importantes inter-relações.

SEGURANÇA ALIMENTAR

A ONU tem trabalhado a questão da segurança alimentar com firmeza. Muitos países como o Brasil registram números assustadores quanto à desnutrição alimentar. Dado desconcertante, já que o Brasil é grande produtor de alimentos.

Só no ano passado o Brasil produziu cerca de 120 mil toneladas de alimentos na última safra, segundo o engenheiro agrônomo Fernando Britto que lembra ainda que o setor de agronegócio é o único no país a ter o maior superávit da balança comercial. Apesar do setor da agricultura bem como da pecuária terem enfrentado problemas recentes com o longo período de estiagem e com a febre aftosa, pôde ainda contribuir com 13% do que foi arrecadado com PIB - Produto Interno Bruto.

Os profissionais do setor agrícola acreditam que o setor do agronegócio poderia ter uma atenção mais expressiva do governo, e, é por falta de políticas que o setor tem enfrentado problemas. A disparidade encontrada no Brasil pode ser observada na quantidade expressiva de pobres e miseráveis que alcança a marca de 53 milhões de pessoas que não se alimentam com decência. Como relata o agrônomo, o Brasil é um dos maiores países que produzem alimentos, mas nem por isso tem políticas que facilitem o acesso a eles.

- Penso que não é oferecendo bolsas-família que o Brasil resolverá seus problemas. Segurança alimentar deve ser prioridade para os governantes, mesmo porque os pobres precisam é ser remunerados, porque no nosso país só se tira impostos das famílias menos favorecidas. É certo que há muita mão-de-obra ociosa, e por tal motivo deveria se dar a vara para pescar e não peixe, como é feito com essa política assistencialista, conclui.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por