Seminário Toda criança em família discute possibilidades de crescimento social

Janaína Gonçalves


Repórter

O Desenvolvimento econômico e políticas públicas foram discutidos no 2º Seminário Toda criança em família, que aconteceu sexta-feira, 28, ortal de eventos, em Montes Claros. Nesta segunda edição, o principal objetivo é ajudar os municípios a melhorar os seus IDFs - Índices de desenvolvimento familiar, buscando o desenvolvimento sustentável, passando necessariamente pelo avanço e consolidação das políticas sociais, com ênfase nas intervenções nas famílias, transformando-as em políticas públicas de estado.

O evento é uma proposta do governo de Minas, CNJ - Conselho nacional de justiça, programa Nossas crianças, e CEJA - Comissão estadual judiciária de adoção, do DAS - Departamento de assistência social e da Amams - Associação dos municípios da área mineira da Sudene. Participaram cerca de duas mil pessoas.

O coordenador do evento, professor Luiz Lobô, diz:

- A proposta é ajudar os municípios a amenizar os déficits econômicos do Norte de Minas e melhorar os 92 municípios.

Além disso, ele avalia que Montes Claros é o principal polo da região, com uma população aproximada de 363 mil habitantes, que tem 38.427 famílias em situação de vulnerabilidade social, com renda per capita de R$ 60, a R$ 140. Conclui-se que aproximadamente 88.000 pessoas dependem do programa Bolsa família para sobrevivência no município. Já em Januária, que tem uma população aproximada de 68 mil habitantes, cerca de 35 mil pessoas dependem do Bolsa família, ou seja, mais de 50% da população.

Conforme o presidente da Amams e prefeito de Patis, Valmir Morais, a influência e o impacto dos programas sociais de transferência de renda são vários, dentre eles estão o Bolsa família, BPC, ProJovem, desenvolvidos na região. Percebe-se, diz,  a enorme importância que esses programas têm para o desenvolvimento econômico e social da região.

(fotos: XU MEDEIROS)





Deputado Ruy Muniz: melhorar as condições de vida


dos educadores contribui para a economia regional.

O presidente da Amams diz ainda que a o Norte de Mins recebe um tratamento diferenciado nos aspectos econômicos e sociais, por parte do poder público federal e estadual, visto que possui características territoriais diferenciadas das demais regiões do país e do estado, sendo considerada uma transição entre o úmido, semi-árido e o árido. 

- Esta é também uma região de transição da Minas Gerais rica e da Minas Gerais pobre; entre o Brasil urbano e o Brasil rural; entre o estado competitivo e o estado de subsistência – salienta.

Para o deputado estadual Ruy Muniz, a base fundamental para se pensar desenvolvimento econômico começa pela família:

- É preciso ter um olhar mais dinâmico para a família, uma vez que é através dela que se pode fazer uma análise de como está à verdadeira situação econômica e social de uma cidade, e para isso ser consolidado é necessário um investimento mais direcionado para essas famílias.

Ele ressalta que o seminário Toda criança em família só vem reforçar o desejo de ver uma Minas Gerais - e principalmente um Norte de Minas - mais produtiva e desenvolvida.

- Além de investimento na família, a educação não pode ficar de fora do cenário de discussões, uma vez que é através dela que se consegue mobilizar e melhorar as condições de vida das famílias – diz Ruy.

E acrescenta:

- Melhorar o setor educacional, as contratações, efetivações e oferecer um salário condizente para os funcionários seria um grande passo para estimular educadores e educandos e,  consequentemente, a economia e o setor social.

O juiz de direito Bruno Terra Dias e o secretário adjunto de Desenvolvimento Social Juliano Visicaro Borges, dando continuidade ao evento, abriram os ciclo de palestras, com o tema Evolução do modelo familiar à luz do desenvolvimento econômico brasileiro.

MULHER PROFISSIONAL E MÃE, O TEMA DE LEILA NA PALESTRA

O papel da mulher na família como mãe e profissional foi o tema que a jornalista, escritora e apresentadora Leila Ferreira abordou na palestra Mulher, profissional e mãe, no seminário promovido pelo governo de Minas.

Leila é escritora e formada em Letras e Jornalismo com mestrado em Comunicação pela Universidade de Londres, sendo repórter e entrevistadora na rede Globo Minas por cinco anos e meio, além de apresentar o programa Leila entrevista durante 10 anos na Rede Minas e na TV Alterosa. Em seu currículo consta ainda a produção de 13 séries internacionais, com mais de 1,6 mil entrevistas ao longo de sua carreira e, atualmente, é colaboradora da revista Marie Clarie.

Autora do livro Mulheres, por que será que elas..., que reúne histórias curiosas sobre o universo feminino, Leila Ferreira se define como uma jornalista que adora colecionar histórias das loucuras e das manias femininas. Sobre a palestra do seminário Toda criança em família, Leila Ferreira faz uma reflexão irreverente e bem-humorada sobre o cotidiano feminino nos dias atuais:

- A mulher do século XXI ainda tem dificuldades para lidar com o passado e presente, com o velho e o novo, uma vez que o perfeccionismo e o desejo de ser sempre perfeita muitas vezes as levam a um fracasso sem volta, com intervenção de medicamentos.

Leila Ferreira: mulher deve ser integrada de forma fiel


na sociedade, sem preconceitos e ditaduras.

Para ela, a proposta é identificar o papel da mulher na sociedade, e identificá-la como um ser comum, que tem seus talentos e também a sua fragilidade humana:

- Mulher acima de tudo não é para ser entendida e sim desfrutada, uma vez que é um ser mais complicado de se viver, principalmente de se entender a si própria.

Ela alerta que colocar limite, disciplina, pode contribuir para uma vida e uma família mais saudável, a começar pela mãe mulher.

A palestra abordou também o consumismo, o cansaço provocado pelo acúmulo das tarefas, os desencontros sexuais e amorosos e a ditadura da beleza, da magreza e da eterna juventude.