Senador Carlos Viana será relator de possível CPI que investigará tragédia de Brumadinho

Rosiane Cunha
29/01/2019 às 19:49.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:18
 (Polícia Militar/Divulgação)

(Polícia Militar/Divulgação)

O Senador Carlos Viana (PSD-MG) vai ser o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que deve ser instalada assim que começarem os trabalhos do Congresso Nacional, em 1º de fevereiro, para apurar as causas do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, 

“Queremos investigar as barragens e propor mudanças na legislação em todo o país. Precisamos esclarecer os procedimentos e evitar riscos à outras cidades. Fui procurado por representantes de Paracatu, Itabirito e Congonhas, municípios que também estão temerários com as grandes barragens. Nós, mineiros, queremos respostas e decisões para nunca mais assistirmos novos desastres como o de Mariana e o de Brumadinho”, afirmou Viana.

No final de 2018 uma proposta legislativa que endurecia a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) foi arquivada. O projeto (PLS 224/2016) foi apresentado pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), em 2016, e foi o resultado dos trabalhos de uma comissão temporária criada para debater a segurança de barragens após a tragédia em Mariana, na região Central do Estado. 

O acidente foi o maior desastre ambiental do Brasil. Em 5 de novembro de 2015 a barragem de Fundão se rompeu e deixou 19 mortos e um rastro de lama que inundou as casas no distrito de Bento Rodrigues.

Três anos se passaram e pouca coisa foi feita pelas autoridades e agora, após mais uma tragédia, 13 parlamentares já assinaram o documento para a abertura da CPI, que precisa da adesão de 27 parlamentares para dar início aos trabalhos que vão apurar as responsabilidades no desastre de Brumadinho, que resultou em dezenas de mortes e desaparecidos.

Denúncia

O senador Carlos Viana (PSD-MG) disse nesta terça-feira (29), que recebeu uma denúncia de que a Vale estaria ciente, há seis meses, que a barragem de Brumadinho teria se deslocado cerca de 40 centímetros, representando alto risco geológico em seu funcionamento. “Se a empresa sabia dos riscos e não tomou providências, a situação fica muito mais grave”, disse Viana.

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