Em 2015, houve uma reportagem da TV Anhanguera sobre funcionários públicos da Assembleia Legislativa de Goiás que batiam ponto e se ausentavam do local de trabalho. Parte dessa reportagem fez grande sucesso, por seu lado inusitadamente cômico. Uma servidora que havia batido o ponto e ido embora foge da repórter que a estava questionando sobre o ocorrido, que sai correndo e dizendo “senhora, senhora...”.
A campanha do segundo turno, até aqui, me faz lembrar muito daquele ocorrido. Assim como aquela servidora pública de Goiás, o deputado Jair Bolsonaro está fugindo de dar explicações à opinião pública. O que ele teme tanto?
Não é difícil imaginar as razões para o acovardamento do deputado. Primeiramente, há sua biografia. O Sr. Jair Messias Bolsonaro sempre teve desempenhos vergonhosos em tudo que fez na vida como servidor público, militar ou civil.
No exército, sua carreira foi abaixo da crítica! Um dos ditadores militares que tanto admira foi taxativo ao dizer que “não foi um bom militar”. Refiro-me ao general Geisel, em trecho publicado em sua biografia. O deputado Jair Bolsonaro largou o exército com a patente de capitão (uma das mais baixas entre oficiais) e, pouco depois, entrou na vida parlamentar.
Sua carreira política também não consegue encher ninguém de orgulho. Tem sido, sem dúvida, um deputado de baixíssima produtividade legislativa. Em quase três décadas como parlamentar no Congresso Nacional teria, segundo dados publicados pela grande mídia, conseguido aprovar apenas dois Projetos de Lei.
É muito pouco para alguém que recebe uma remuneração tão elevada, aceitou auxílio moradia mesmo tendo imóvel em Brasília e ainda manteve por longo período uma funcionária fantasma no seu gabinete, que, na verdade, prestava serviço em sua casa de praia.
Se seu “posto Ipiranga”, o economista Paulo Guedes, fizesse uma simples análise de custo-benefício da vida parlamentar do deputado Jair Bolsonaro concluiria que a mesma foi um completo desperdício de dinheiro público.
Em segundo lugar, o deputado Jair Bolsonaro teme ter que dar maiores explicações sobre o que planeja fazer depois de eleito. Primeiramente, porque seu plano de governo é totalmente genérico e superficial. Adicionalmente, ele tem enormes dificuldades de explicar a grande maioria dos temas de um plano presidencial de governo. Pelo simples fato de que é alguém totalmente despreparado para a função que deseja ocupar.
Pelo andar da carruagem, vamos chegar ao dia da eleição de segundo turno sem poder assistir um único debate entre os candidatos finalistas à Presidência da República. Algo inédito, desde a redemocratização, quando esses debates se tornaram fundamentais. Até lá, vamos continuar a correr e gritar: senhor, senhor...