Série 8 e a numerologia aos olhos da BMW

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
21/06/2018 às 17:46.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:53
 (BMW)

(BMW)

Há quem acredite que o número oito corresponda a sorte e também há quem o relacione com o infinito, uma vez que tem a mesma forma do símbolo que representa o sem fim. Na BMW, o algarismo é sinônimo de superlativo. E acaba de ganhar forma e significado na segunda geração do Série 8.

O novo cupê de grande porte da marca de Munique chega para transbordar a lacuna deixada pelo Série 6 e também para resgatar um de seus modelos mais extravagantes.

Originalmente lançado em 1989, o Série 8 foi um esportivo de alto luxo e gratos 300 cv extraídos de um V12 5.0. Ele foi projetado para oferecer alto desempenho e concorrer com modelos como Porsche 928 GTS, Jaguar XJS, Mercedes-Benz 500 SEC e até mesmo o truculento Aston Martin Virage. 

Já o novo Série 8 chega para disputar mercado num cenário em que há muita potência sobrando numa grande variedade de carrocerias. Não basta apenas andar muito, tem que ser excêntrico, bonito e capaz de oferecer o mesmo conforto dos cupês quatro portas, como o irmão (mais pobre) Série 6 Grand Coupé.

O que mudou
O novo Série 8 chega equipado com dois motores, partindo da unidade V8 biturbo 4.4 de 530 cv e 76,5 mkgf de torque, que equipa a versão M850i. O segundo motor é o turbodiesel, seis cilindros em linha, 3.0 de 320 cv e 69 mkgf , que equipará a 840d. Para as duas versões a transmissão será automática de oito marchas e a tração é integral xDrive.

Ou seja, o Série 8 tem torque de sobra em qualquer opção de motor. A opção V8 é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos. Dados como peso e velocidade máxima não foram revelados, mas é fato que o cupê de 4,84 metros não pesa menos de 1.700 quilos e deve chegar sem grande esforço aos 280 km/h.

Recheado de tecnologias, o modelo conta com faróis a laser com facho de até 600 metros, sistema anticolisão que monitora e aplica medidas preventivas até 210 km/h, assim como assistente de estacionamento (muito útil para não relar um carrão de quase cinco metros) e acabamento de alto luxo. É ou não é superlativo? 

M8 V12?
Quando a BMW anunciou o retorno do Série 8, uma enxurrada de boatos começou a brotar em fóruns, imprensa especializada e rodinhas de entusiastas sobre a possibilidade de retorno de um esportivo V12 na marca. E as esperanças têm sentido.

O BMW Série 8, fabricado entre 1989 e 1999, foi o único esportivo da marca a ser equipado com um V12. Além dele, só o Série 7 utiliza essa configuração de motor. No entanto, os rumores ganharam corpo quando a marca apresentou o conceito M8 Grand Coupé (que indica o sucessor Série 6 Grand Coupé), no Salão de Genebra.

O primeiro Série 8 nunca teve uma versão M, como M2, M3, M4, M5 e M6. A versão até chegou a ser construída pela divisão M Sport. Era um carro demoníaco, com um V12 557 cv que humilhava os 470 cv da poderosa Ferrari F40. No entanto, o departamento de marketing (sempre ele) elaborou pesquisas de mercado que indicaram que o super BMW não teria sucesso comercial. O M8 acabou morrendo com apenas uma unidade.

Mas com a combinação de letra e número batizando o conceito, e o retorno do V12 ao Série 7, em 2016, muita gente acredita que há possibilidade de a BMW lançar definitivamente o M8, que hoje só existe como carro de corridas.

Tomara!

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por