(Lucas Prates / Hoje em Dia)
Servidores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) paralisaram parcialmente as atividades de quatro hospitais de Belo Horizonte e se reuniram na Assembleia Legislativa (ALMG), no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul da capital, para reivindicar melhores condições de trabalho e carreira, nesta segunda-feira (11).
De acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores de Saúde de Minas (Sind-Saúde/MG), organizador do movimento, a paralisação afeta somente os servidores administrativos dos hospitais João XXIII, João Paulo II, Raul Soares e Amélia Lins. O movimento não afeta a assistência à população.
Entre as reivindicações, o grupo pede substituição dos trabalhadores de cargo de carreira de técnico operacional de saúde por trabalhadores da Minas Gerais Administração e Serviços (MGS); implementação de organização na rede Fhemig; descontos do vale transporte nos contra cheques; fechamento de setores e leitos dos hospitais da Fhemig; transferência dos pacientes para hospitais privados.
Para Neusa Freitas, diretora executiva do Sind-Saúde/MG, há uma pressão dos gestores das unidades da rede Fhemig aos trabalhadores para deixarem os locais de trabalho.
“E o pior, em fornecer a senha pessoal, onde esses trabalhadores têm acesso ao sistema do Governo. Então tem acesso a todo documento, qualquer documento público referente à pacientes, para essas pessoas que, até então, são consideradas estranhas ao serviços”, relata a sindicalista.
Segundo a diretora do Sind-Saúde/MG, a categoria vai se reunir com o setor jurídico do sindicato na tarde desta segunda para discutir quais medidas o grupo deve tomar, já que o Governo do Estado não respondeu nenhuma das reivindicações, solicitadas em março deste ano, durante outra paralisação dos trabalhadores.
O que diz a Fhemig
Em nota, a Fhemig informou que não houve qualquer impacto assistencial na rotina das unidades em decorrência da paralisação.
A fundação esclareceu que não procede a informação de que está ocorrendo substituição dos Técnicos Operacionais de Saúde (TOS) por profissionais da MGS. E que não há dispensas, rescisões ou exonerações de trabalhadores nas unidades.
“O que tem sido feito é uma adição de recursos humanos nos hospitais por meio do contrato já existente entre o Estado e a MGS. Os novos profissionais estão sendo destinados às funções de suporte e apoio às atividades administrativas das unidades”, afirmou em nota.
O Governo disse ainda que, em relação à parceria com Organização Social, foi publicado, no dia 16/6, edital para seleção de entidade sem fins lucrativos para descentralização administrativa da gestão no Hospital Regional João Penido (HRJP), o que não configura terceirização ou privatização da unidade, já que o patrimônio permanece sendo público e o serviço continuará sendo 100% SUS.
A fundação disse também que não houve qualquer desconto em contracheque referente a valores de vale-transporte recebidos por servidores.
Por fim, a Fhemig informou que não procedem as informações sobre fechamento de setores e leitos de suas unidades e transferência de pacientes para hospitais privados.