A briga entre a oposição e o governo na Venezuela se intensificou na terça-feira (30) e acabou em pancadaria durante sessão da Assembleia Nacional. Pelo menos 17 deputados da oposição e cinco governistas ficaram feridos após confronto físico. A confusão começou depois que os partidários do governo, que são maioria na Assembleia de 165 deputados, negaram pela segunda sessão ordinária consecutiva o direito de palavra à oposição, até o reconhecimento dos resultados eleitorais.
O presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, disse que suspenderia o direito de palavra da oposição até que ela reconheça o herdeiro político de Hugo Chávez, Nicolás Maduro, como presidente eleito.
Nas eleições de 14 de abril, Maduro venceu por uma apertada margem de votos o candidato de oposição, Henrique Capriles, atual governador do Estado de Miranda. Contudo, a oposição não reconhece a vitória e pediu logo em seguida recontagem de votos, que foi negada. Nesta semana, Capriles anunciou que pedirá a impugnação das eleições por acreditar ter vencido as eleições. Ele diz que Maduro é um líder "ilegítimo".
Em entrevista por telefone, o deputado da oposição Ismael García relatou o confronto. "Sem mediar palavras, feito covardes vieram pelas costas, eram várias pessoas, nos bateram brutalmente, inclusive nas deputadas María Corina Machado e Nora Bracho. Atacaram o deputado Julio Bordes, que ficou ferido no rosto", disse.
Borges apareceu pouco depois na televisão privada Globovisión com o rosto ensanguentado e inchado. Os parlamentares governistas também apareceram na TV acusando membros da oposição de atacá-los. As informações são da Associated Press.
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