Setembro Amarelo

Publicado em 23/09/2023 às 06:00.

Cristina Navalon*

Muitas vezes relegado a um silêncio incômodo, o suicídio é uma realidade mais comum do que se imagina. Escondido nas sombras da sociedade, é a segunda maior causa de mortes entre jovens, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Por trás de estatísticas alarmantes, existem histórias de lutas e desespero que afetam pessoas de todas as idades, origens e condições sociais. Sem conhecer fronteiras, ele pode estar mais perto do que se imagina.

O setembro amarelo é uma campanha que busca iluminar sobre essa questão sensível. Seu objetivo é quebrar o estigma em torno do suicídio e promover a conscientização e o diálogo sobre o tema. Muitas vezes, o preconceito é o que impede que aqueles que estão lutando contra esse tipo de pensamento busquem ajuda. Abrir espaço para conversas é o primeiro passo para prevenção. Por isso, o lema deste ano é “Se precisar, peça ajuda”.

Há quem ache que apenas aqueles que possuem algum problema de saúde mental, como depressão ou ansiedade, são vítimas da fatalidade. Entretanto, a decisão de tirar a própria vida pode ser mais banal do que se imagina – problemas financeiros, perda de entes queridos e até mesmo o isolamento social são alguns motivos comuns. Eventualmente, todos passamos por uma fase de desesperança, onde nada mais parece fazer sentido.

É preciso saber reconhecer os sinais de alerta, e mostrar que as coisas são melhores do que parece. Por isso, a comunicação desempenha um papel fundamental na prevenção. Às vezes, uma simples pergunta como “Você está bem?”  pode fazer toda a diferença na vida de alguém que enfrenta pensamentos suicidas. Ao contrário do senso popular, pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, mas sim um ato de coragem.

É importante lembrar que, mesmo nas situações mais sombrias, há sempre uma luz no fim do túnel. A vida é preciosa, e cada um de nós tem um valor inestimável. A prevenção ao suicídio não é apenas uma responsabilidade individual, mas uma missão coletiva. Ao estender a mão e oferecer apoio, nos tornamos um símbolo de esperança. E a esperança é a luz que brilha mesmo nas noites mais escuras. Vamos mantê-la acesa.

* Psicóloga com formação pela Universidade Metodista de São Paulo com especialização em Psicanálise do Adolescente, Psicossomática e Doenças Mentais

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