(Pixabay)
Assunto tabu entre as famílias, nas instituições educacionais e na mídia, o suicídio é uma grande questão a ser enfrentada pela sociedade e pelo poder público. Segundo o Centro de Valorização da Vida (CVV), a cada 45 minutos, um brasileiro tira a própria vida – uma taxa de mortalidade superior a muitos tipos de câncer.
Para chamar a atenção da população para o grande número de suicídios, o mês de setembro foi instituído mundialmente como o período para sensibilizar e conscientizar sobre o tema. Entre as muitas ações relacionadas ao Setembro Amarelo, está o VIII Simpósio Internacional de Prevenção do Suicídio, realizado pelo CVV, no Othon Palace, em Belo Horizonte, na próxima sexta (31).
O evento pretende debater o tema suicídio sob as mais diferentes óticas (confira programação abaixo). O simpósio ocorrerá das 10h às 18h e terá entrada franca. Interessados podem se inscrever previamente aqui.
Fique atento
A depressão é a principal causa do suicídio. Essa doença é causada por um somatório de fatores: tendência genética + história de vida + eventos desencadeantes. "Ou seja a pessoa tem predisposição hereditária, passa por problemas e conflitos que não consegue elaborar adequadamente e sofre com eventos que disparam o gatilho", afirma Wander Luiz de Lemos, psiquiatra do Hospital Espírita André Luiz, instituição que também realizará um evento relacionado ao Setembro Amarelo - um seminário no dia 11 de setembro.
Segundo ele, as pessoas próximas devem ficar atentas aos sinais da depressão - sendo a perda de prazer nas atividades de vida diária a principal indicação de que é preciso pedir ajuda. "Os familiares sempre percebem que a pessoa não está bem exatamente por conhecê-la melhor. Ao reconhecer tal mudança devem levá-la o mais rápido possível ao psiquiatra para una intervenção precoce. Quanto mais demorar mais grave o quadro pode se tornar", diz o médico.
10h – 11h: Mudanças na abordagem do suicídio nos últimos 50 anos
Mudanças ocorridas nas últimas 5 décadas em relação ao suicídio e sua prevenção: quebras de paradigmas, ações sociais, abordagem na mídia, evolução da atuação do CVV. Com Alan Kardec Gonzales, voluntário do CVV há mais de 40 anos, membro do Conselho Diretor do CVV; Arnaldo Coutinho, voluntário do CVV há mais de 50 anos; Milton Gabai, voluntário do CVV há 45 anos, membro do Conselho Diretor do CVV; Dalmo Duque dos Santos, autor dos livros "CVV, 50 Anos Ouvindo Pessoas", "Estação Amizade – 10 jovens lutando contra o suicídio"
11h15 – 12h15: O suicídio nas polícias e forças armadas
Os altos índices históricos de suicídio nas polícias e forças armadas em todo o mundo. Por que isso acontece e como conter o problema? Com o Coronel Roberto Lúcio Corrêa de Abreu, chefe da Seção do Serviço de Assistência Social da 4ª Região Militar, e Wênia de Oliveira Santos, psicóloga da Equipe Psicossocial da Polícia Federal
14h – 15h: As novas mídias na prevenção do suicídio
As mídias não tradicionais e colaborativas podem estimular e prevenir o suicídio? Com Fernando Gallo, gerente de políticas públicas e governo do Twitter Brasil, e Monica Guise, gerente de políticas públicas do Facebook
15h – 16h: O suicídio, as escolas e educadores
Qual o papel da escola e dos educadores na prevenção do suicídio. Criação de um ambiente mais equilibrado, promoção de saúde emocional, identificação de sinais e atuação proativa. Com Andréa Monteiro, Programa Amigos do Zippy de educação emocional para crianças; Kátia Dalmaz, assistente social do município de Lapa (PR), ganhadora do primeiro lugar da Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças promovida pelo Ministério da Saúde em 2017; Paula Cambraia de Mendonça Vianna, Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura de Belho Horizonte
16h15 – 17h30: O suicídio nas minorias e fragilizados
Suicídios entre os mais fragilizados e discriminados – LGBTs, "nerds", obesos, doentes, pessoas em situação de rua, presidiários. Com Bernardo Boechat, blogueiro do "Bernardo Fala", ativista #BodyPositive; Spartakus Santiago, youtuber e ativista negro e LGBT; e Wellington Nogueira, fundador dos Doutores da Alegria
Com pedir ajuda
O CVV presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. Os 2 milhões de atendimentos anuais são realizados por 2.400 voluntários em 90 postos de atendimento pelo telefone 188 (sem custo de ligação), ou pelo www.cvv.org.br via chat, e-mail ou carta.