(Lucas Prates / Hoje em Dia)
Representantes dos setores de comércio e de serviços de Belo Horizonte se posicionaram contra a possível restrição das atividades comerciais sinalizadas pelo Secretário Municipal de Saúde, Jackson Machado, na última sexta-feira (21), diante do avanço da variante Ômicron na cidade.
Nesta segunda-feira (24), 17 entidades se reuniram na Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e criaram um documento reivindicando que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) encontre alternativas para conter o avanço da cepa do coronavírus sem prejudicar comércio, bares e restaurantes.
No documento, o grupo ainda solicita uma reunião com o prefeito da capital, Alexandre Kalil, para discutir formas de conter o avanço da Covid-19, sem penalizar estabelecimentos e trabalhadores do setor econômico. As entidades afirmam que "é absolutamente inadmissível sequer imaginar tal
possibilidade" e apontam que, em entrevistas anteriores, o próprio secretário de saúde já havia descartado a hipótese de lockdown.
Durante o encontro, o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva desabafou: "Somos a cidade onde o comércio ficou mais tempo fechado ao longo de 2020 e 2021. O setor não suportará um novo fechamento ou redução do horário das atividades (…) Precisamos de um melhor planejamento da PBH para combater a Ômicron, no sentido de preservar a saúde das pessoas e garantir que os setores de comércio e serviços não sejam fechados novamente", declarou.
Em outro trecho do documento, as entidades afirmam que um novo fechamento do comércio na capital, como única maneira de enfrentar o aumento de casos da Covid 19, irá sacrificar o setor que mais emprega a população de BH.
Segundo o manifesto, na semana passada, a Prefeitura divulgou que mais de 80% dos casos de internação na capital mineira são de pessoas que não se vacinaram. "É mais um fato que comprova claramente que não é o comércio aberto que está provocando o aumento do número de casos", conclui o documento.
Nesta quarta-feira (26), o Comitê de Enfrentamento da Covid em BH irá decidir sobre novas medidas para conter o avanço da doença na capital. De acordo com Jackson Machado, "a última coisa que passa na nossa cabeça é colocar na cidade qualquer medida restritiva", declarou.
Na última semana, o Conselho Municipal de Saúde de BH (CMSBH) solicitou à PBH diversas medidas emergenciais para conter o coronavírus, como cancelamento de mega eventos; permitir o acesso somente de pessoas vacinadas a locais públicos como bares, restaurantes e teatro; e ampliação da vacinação.
O CMSBH declarou que não propõe o fechamento do comércio levando em consideração a preocupação com a situação econômica dos pequenos e médios comerciantes e a menor letalidade da doença entre as pessoas vacinadas.
Pico de casos ainda está por vir
Na última sexta-feira (21), o secretário municipal de saúde, Jackson Machado, não descartou a possibilidade de adotar https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/bh-n%C3%A3o-descarta-cancelamento-e-restri%C3%A7%C3%A3o-a-eventos-particulares-no-carnaval-diz-secret%C3%A1rio-de-sa%C3%BAde-1.873176, como festas privadas de Carnaval e público máximo em jogos de futebol. Na ocasião, o secretário afirmou ainda que até mesmo cancelamentos de eventos são cogitados diante do avanço da variante Ômicron na cidade.
Também na sexta, o secretário estadual de saúde, Fábio Baccheretti, declarou que o pico da pandemia no Estado deve ser alcançado até 1º de fevereiro. Na quarta-feira (19), Minas bateu recorde de infecções em 24h, com 27.683 notificações da doença registradas no território mineiro.
Assinam o manifesto as seguintes entidades: