Seu cãozinho pode virar uma bala de canhão: Transportar animais soltos é arriscado e ilegal

Marcelo Ramos
miramos@hojeemdia.com.br
05/05/2017 às 19:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:25

Animais de estimação fazem parte da vida de boa parte das famílias mundo afora, inclusive no Brasil. E atualmente os “pets” vêm ganhando status cada vez mais importantes nos lares. Não dormem mais no quintal, têm caminhas modernas, alimentação balanceada e viajam com os donos, até de avião. Daí o transporte de cães, gatos e demais bichinhos de estimação ter se tornado corriqueiro dentro dos automóveis, o que acende um alerta de segurança.

Para comprovar o risco de transportar animais soltos nos veículos, o Centro de Tecnologia Allianz (AZT), na Alemanha, realizou um crash test que simula acidentes com os mascotes a bordo. Usando réplicas no lugar dos animais, os pesquisadores testaram os efeitos do deslocamento de um cão durante uma colisão a 40 km/h. Um dos cachorros atravessou o interior do carro e se chocou contra o painel. 
Segundo os cientistas, a força do deslocamento de um pastor alemão de 35 quilos solto no interior do carro, em caso de colisão na mesma velocidade de 40 km/h, provocaria um impacto de 1.400 quilos contra o interior do veículo ou até mesmo um ocupante, agravando os ferimentos de condutor e passageiros e arriscando a vida do animal de estimação.

Impacto
Para o chefe do laboratório, Carsten Reinkemeyer, a recomendação é a de que cães de até 12 quilos utilizem coleira anexada ao cinto de segurança. Animais maiores devem viajar em caixas transportadoras na parte traseira do automóvel, já que podem colidir contra o banco da frente se amarrados a coleiras.

“As simulações do AZT mostram que prender o cão adequadamente aumenta as chances de que todos os ocupantes sobrevivam a uma colisão. Além disso, conter o animal garante que, mesmo aterrorizado, ele não fugirá do local do acidente ou atrapalhará qualquer serviço de resgate a ser realizado. Sem falar que ao prendê-lo com segurança, o motorista mantém os olhos na estrada e as mãos ao volante”, observa o cientista.<EM>

Susto
Recentemente, a analista Fernanda Barreto passou por um susto na companhia do cachorro Bacana. O shitzu de três anos estava no colo de Fernanda, no banco do passageiro, quando saltou para fora da janela e ficou preso pela coleira.
“Foi cena de filme, alguma coisa chamou a atenção e ele pulou”, conta a analista, que depois disso nunca mais deixou Bacana preso apenas ao cinto afixado na coleira. 

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), há duas infrações envolvendo o transporte de animais.

O artigo 235 reza que conduzir pessoas, animais ou carga nas partes externas do veículo, salvo nos casos devidamente autorizados, é infração grave, com perda de 5 pontos no prontuário do condutor e multa de R$ 127,69, além de retenção do veículo para transbordo.

Já o artigo 252 proíbe dirigir o veículo transportando pessoas, animais ou volume à esquerda (do motorista) ou entre os braços e pernas, sob pena de multa de R$ 85,13 e perda de 4 pontos na CNH. Ou seja: nada de ser relapso com aquele que é o melhor amigo do homem! 

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