O juiz José Eduardo Marcondes Machado, da Vara da Fazenda Pública de Sorocaba, condenou os empreendedores do Shopping Pátio Cianê e a prefeitura local a pagar pensão mensal de R$ 12,4 mil para a família de Adilson Nunes Filho, um dos mortos no desabamento da parede de uma fábrica centenária, durante a construção do shopping.
O acidente aconteceu no dia 20 de dezembro do ano passado e deixou outras seis pessoas mortas e uma ferida. O juiz entendeu que a parede ruiu porque não estava devidamente escorada durante as obras e que caberia à prefeitura fiscalizar a construção. É a primeira sentença envolvendo o acidente e cabe recurso.
A pensão, dada em caráter provisório, se destina a manter a viúva da vítima e dois filhos menores. A prefeitura e as empresas Construtora Fonseca & Mercadante, Saphyr Administradora de Centros Comerciais, Shopping Patio Cianê, JR Demolição e Planservice Engenheiros Associados devem responder de forma solidária pelo pagamento. A família de Adilson alegou que as empresas descumpriram normas de segurança que poderiam evitar o desabamento, como o escorar as paredes quando retiraram o telhado e escavaram o solo no interior do prédio. Segundo os autores, o município não fiscalizou a obra como deveria.
A prefeitura vai aguardar a notificação e deve entrar com recurso. A Saphyr, administradora do shopping, informou que os empreendedores e empresas envolvidas estão negociando acordos com as famílias das vítimas. Dois acordos foram fechados e os demais estão em andamento. As empresas aguardam a notificação da decisão provisória da Justiça. A vítima estava no interior de seu carro quando a parede desabou, durante uma chuva forte. Quatro automóveis e uma motocicleta ficaram soterrados pelos tijolos. As vítimas seguiam nos veículos pela rua Comendador Oeterer, que ficou obstruída pelos escombros. O prédio, construído em 1913, abrigou a Fábrica Santo Antonio, desativada na década de 1980. O shopping foi inaugurado há duas semanas.
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