Shoppings recorrem a Planalto para criação de "rolezódromos" em São Paulo

Tai Nalon - Folhapress
29/01/2014 às 16:15.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:40

BRASÍLIA - Após pedir ao governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) a construção de "rolezódromos", o presidente da Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, propôs ao Palácio do Planalto apoio para a criação de centros de convivência para jovens na capital paulista.    Em reunião de pouco mais de uma hora nesta quarta-feira (29) com os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), Marta Suplicy (Cultura) e Luiza Bairros (Igualdade Racial), além de representantes de outras entidades de comerciários e de trabalhadores do setor, Sahyoun pediu interlocução do governo federal com Estados e municípios.    "A gente sugeriu para o governo federal que pudesse nos ajudar no sentido de fortalecer com todas as prefeituras e governos dos Estados no sentido de buscarem áreas desativadas, e eu cito o sambódromo de São Paulo, que é utilizado duas vezes por ano uma num encontro internacional de corrida e outra no Carnaval", disse.    "Como a gente sabe que o governo federal tem um bom relacionamento com as prefeituras e os governos, eles entenderam isso, vão intensificar as muitas áreas ociosas, existem hoje espaços públicos que podem ser aproveitados por esses adolescentes", continuou.    Segundo ele, os shoppings devem também encontrar outras formas de ajudar a população.    Ele refutou, contudo, que haja, por parte desses centros comerciais, qualquer tipo de reação histérica aos "rolezinhos", seja no fechamento dos shoppings, como ocorrido em Brasília no último fim de semana, seja na concessão de liminares para impedir a entrada de jovens da periferia, como ocorrido em São Paulo.    "A nossa grande preocupação é que esses jovens não entrem em grupos muito grandes e gerem algumas consequências que aconteceram no último mês, na última semana, que acabaram em constrangimento", disse ele.    "Os shoppings que fecharam as portas fecharam em respeito ao consumidor. Vocês viram na TV uma mãe protegendo a criança chorando e vendo a correria dos jovens dentro desses empreendimentos. Então a preocupação é sempre pela segurança."    Sahyoun defendeu também que não haja convocações em redes sociais para esse tipo de ato.    "O governo se mostrou preocupado com a Copa do Mundo, no sentido de ter uma Copa com muita paz, muita tranquilidade. A gente sabe que tem gente infiltrada para tentar criar problemas junto à Copa do Mundo", relatou ainda.    "O que a gente está preocupado é com pessoas com outras intenções, de criar quebradeira, a bagunça, isso tem que estar fora. E a gente pediu para o governo federal uma busca pela prevenção em relação ao próprio empreendimentos."   Em São Paulo, representantes da prefeitura, do Ministério Público e da Abrasce (associação que reúne mais de 250 donos de shoppings no Brasil) vão se reunir nesta quarta à tarde para discutir os "rolezinhos". Organizadores dos eventos também foram convidados.

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