Siderurgia em crise: queda de 1,3% nas vendas de aço para este ano

FÁBIO CORRÊA
SÃO PAULO - ENVIADO ESPECIAL
27/07/2017 às 11:43.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:46
 (Arquivo Hoje em Dia)

(Arquivo Hoje em Dia)

 Em meio às críticas à atual política econômica do governo Temer, representantes do setor siderúrgico divulgaram ontem, em São Paulo, uma revisão das projeções do setor para 2017. A nova estimativa do Instituto Aço Brasil (IABr) aponta queda de 1,3% nas vendas internas – 16,3 milhões de toneladas, frente aos 16,5 milhões em 2016. Anteriormente, a expectativa era de crescimento de igual índice. Séra o pior resultado desde 2005

O crescimento de 3,8% da produção (32,4 milhões de toneladas) foi mantido. As exportações devem aumentar 9,1% (14,7 milhões de toneladas), devido principalmente, segundo o IABr, à entrada no mercado da Indústria Siderúrgica do Pecém, no Ceará, que puxou para cima os números do setor. Antes, a previsão era de expansão de 6,4%.

O consumo interno teve a expectativa reduzida, de 2,9% para 1,1% (18,4 milhões de toneladas). Já as importações devem representar um crescimento de 18,8% (2,23 milhões) em relação a 2016.
O presidente executivo do IAbr, Marco Polo de Mello Lopes, foi enfático ao afirmar que o setor vive “a pior crise” da história e que as novas projeções do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) pelo governo federal criam ainda mais pessimismo sobre o futuro da indústria siderúrgica. 

“(Há) o conflito entre o discurso do governo no que diz respeito à recuperação da economia no curto prazo e a retomada da economia”, disse Mello. “Não ocorrerá uma recuperação da economia se não houver uma retomada da indústria, e o governo tem colocado a indústria em segundo plano”, completou.

Na visão do IAbr, o pico histórico da siderurgia brasileira, de 2013, só deve ser retomado em 2028. “A China está inundando o mercado e forçando o preço para baixo, e os EUA estão criando uma ameaça de sobretaxar de 20% a 25% nosso aço”, declarou Alexandre Lyra, presidente do conselho diretor do IAbr. 

“Hoje, temos uma situação conjuntural de perda de competitividade do aço brasileiro por dois fatores: o custo financeiro no Brasil e os tributos não recuperados através do Reintegra”.
 

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