"Tem escola que soltou cartaz falando que aceita currículo de professores”, revela presidente do Sinpro
(Maurício Vieira / Hoje em Dia)
A queda de braço entre professores e escola particulares de Belo Horizonte e região metropolitana teve mais um "round" nesta terça-feira (12). O Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG) denunciou que trabalhadores estão sendo assediados por escolas para não aderirem ao movimento grevista, situação negada pelos representantes das instituições de ensino.
Na tarde desta terça-feira (12), professores da rede privada se reuniram na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul da capital para debaterem o movimento grevista. Durante o encontro, a presidente Sinpro-MG, Valéria Morato, informou que há registro de professores sofrendo assédio dentro das escolas para não participarem das paralisações.
“Muitos não pararam ou voltaram ao trabalho por medo, porque a pressão chega ao limite de falar que o emprego está em jogo. Tem escolar que soltou cartaz falando que aceita currículo de professores”.
O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinep-MG) negou a denúncia do Sinpro-MG, informando que tal situação "não representa a metodologia de serviço da entidade e das escolas".
“As escolas pedem encarecidamente que os professores compareçam. Nós temos o entendimento pelo fato de ainda estarmos em negociações de que a paralisação é inadequada, indevida e ilegal. Mas nem de longe adotamos essa situação de assédio e pressão”, afirma o superintendente do Sinep, Paulo Leite.
Nesta terça ocorreu o encontro que eles definiram como “Aula Pública”. O tema foi “direito de greve” e no local os trabalhadores puderam tirar dúvidas e discutirem sobre a ação.
A classe reivindica a manutenção de alguns direitos, entre eles o adicional por tempo de serviço, a isonomia salarial e as férias coletivas. No encontro desta terça, mais uma vez , os professores voltaram a afirmar que “não aceitarão retirada de direitos nem a alteração de conquistas históricas”.
A previsão que nesta quarta-feira (13) ocorra entre o Sinpro e o Sinep-MG uma audiência conjunta para tentativa de conciliação entre as partes. O encontro será mediado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Também está prevista uma audiência pública convocada pela Comissão do Trabalho da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para discutir o assunto da greve.
Aulas suspensas
Uma das escolas com o funcionamento prejudicado é o Colégio Santo Agostinho. De acordo com um comunicado emitido pela instituição, o funcionamento será alterado na tentativa de atender o máximo de alunos e pais. “Diante da manutenção da paralisação de parte do corpo docente, reorganizamos as atividades e aulas para atendermos aos nossos estudantes”, diz a nota.
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