DAMASCO - O governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, acusou neste domingo (16) as autoridades do Egito de cometer um ato irresponsável, no dia seguinte ao anúncio feito pelo presidente egípcio, Mohamed Mursi, de um rompimento "definitivo" das relações com Damasco. "A República Árabe Síria condena a posição irresponsável de Mursi (...) que se uniu ao clã de conspiradores liderado por Estados Unidos e Israel contra a Síria", disse um alto funcionário sírio citado pela agência oficial Sana. A decisão de Mursi "não reflete a vontade do povo egípcio irmão, unido ao povo sírio por relações sólidas", afirmou a autoridade síria que pediu para não ser identificada. O presidente do Egito anunciou na noite de sábado (15) que seu governo rompia "definitivamente" as relações com o regime no poder na Síria, país assolado por uma guerra civil. O Egito "decidiu hoje (sábado) romper definitivamente as relações com o atual regime sírio, fechar a embaixada do atual regime no Egito e convocar seu encarregado de negócios" em Damasco, declarou o chefe de Estado diante de milhares de islamitas reunidos em um estádio do Cairo para uma conferência de "Apoio à Síria". O presidente egípcio pediu à comunidade internacional que estabeleça "uma zona de exclusão aérea" sobre a Síria. "O apelo de Mursi por uma intervenção estrangeira na Síria e por uma zona de exclusão aérea é uma violação da soberania e da integridade dos territórios da região a serviço de Israel, dos Estados Unidos e de seus agentes", acrescentou o representante do governo sírio. O presidente egípcio afirmou que seu país havia "iniciado contatos com os Estados árabes e muçulmanos para organizar uma reunião de urgência de apoio" ao povo sírio.