Só em agosto, mais de 800 hectares de áreas de preservação foram destruídos em Minas

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
31/08/2017 às 20:41.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:21
 (Corpo de Bombeiros/Divulgação)

(Corpo de Bombeiros/Divulgação)

O rastro de destruição deixado por incêndios em áreas de preservação ambiental em Minas já soma 842 hectares só em agosto. Para efeito de comparação, a área corresponde a mais de 800 campos de futebol.

Na lista de reservas devoradas pelas chamas estão a Serra do Rola-Moça (Grande BH), Serra do Intendente, em Conceição do Mato Dentro (região Central) e Área de Proteção Ambiental Pandeiros, em Januária (Norte de Minas). Os dados são da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). 

orpo de Bombeiros)

Já são 190 ocorrências registradas no período, que tem sido marcado por dias secos e de altas temperaturas. Ontem, Belo Horizonte registrou o dia mais quente do inverno, com os termômetros batendo 32,7ºC. A umidade relativa do ar também está muito abaixo da média na capital. Na última quarta-feira, o indicador chegou a 12%, sendo que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 60%. 

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Não chove na Grande BH há 81 dias e, para tornar a situação ainda mais delicada, os ventos fortes dessa época do ano e a negligência de muitas pessoas criam o ambiente ideal para que os incêndios proliferem.

Urbano

O major Anderson Passos de Souza, comandante das operações de combate do Corpo de Bombeiros, afirma que um terço dos incêndios de vegetação, dentro ou fora de áreas protegidas, acontece na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ele explica que os focos, na maioria dos casos, estão em locais onde há concentração de pessoas, o que evidencia a interferência humana como causa de muitas das queimadas.

Às margens de rodovias como a MG-010, que liga BH ao Aeroporto Internacional de Confins, focos de incêndio têm sido comuns. Nesses casos, além da poluição atmosférica, as ocorrências podem também prejudicar a visibilidade e colocar centenas de motoristas em risco.“As pessoas colocam fogo na vegetação por vários motivos. Às vezes, para queimar lixo ou para soltar fogos de artifício, o que acaba provocando inúmeros incêndios”, explica. 

Souza ressalta, ainda, que há também incêndios criminosos, como o que acontece no Parque do Itacolomi, entre Ouro Preto e Mariana, onde os bombeiros ainda lutam contra a força das chamas. “Aqui, criminosos em fuga atearam fogo para tentar dispersar a polícia”, conta. 

Previsões

Sem expectativa de chuvas pelo menos para os próximos dois meses, meteorologistas afirmam que o tempo deve permanecer seco. A única variação deve ocorrer com as temperaturas. 

“Em BH, pela média histórica, a chuva deve acontecer apenas em novembro e, mesmo assim, só em pancadas. Nada que contribua para o armazenamento hídrico, portanto o cenário não deve mudar muito”, explica.Editoria de Arte

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