Só vantagem

Apesar das concessões anunciadas pelo presidente Michel Temer, rodovias continuavam bloqueadas em todo o país nesta terça-feira. As concessões do governo incluem aumento no desconto por litro de diesel (46 centavos) e o congelamento do valor por 60 dias. Mas os caminhoneiros não querem apenas o desconto, que deverá ser custeado com recurso público, e esperam que haja uma redução real de impostos, como Cide e PIS-Cofins, bem como que a Petrobras reduza os preços dos derivados e retome o mercado interno, hoje controlado por importadores e distribuidores de capitais privados no país. O movimento também espera que o governo federal reative o trabalho nas refinarias. Tudo paradoIndiferentes à proposta, os caminhoneiros mantiveram pelo menos 500 bloqueios nas rodovias do país nesta terça-feira. No Distrito Federal, o aeroporto internacional JK continuou com voos cancelados, os postos sem combustível, as aulas da rede pública suspensas e o serviço de saúde, que é sempre deficiente, foi oportunamente fechado nas unidades básicas de saúde. No cabrestoO movimento dos caminhoneiros tornou mais evidente a fragilidade do Governo Federal. Em menos de cinco dias de paralisação, diversos setores da economia já haviam sido travados. O governo não consegue reagir ante a pressão do mercado internacional, e o receio de perda de receita da Petrobras acaba impedindo uma mudança na política de preços da estatal.  DesabastecimentoNos supermercados do Distrito Federal, também há um desabastecimento de produtos hortifrúti e derivados de frango. A Ceasa-DF recebeu apenas 35% da quantidade que costuma no primeiro dia útil de cada semana. O desabastecimento afeta principalmente frutas, como laranja, banana, melancia, pera e maçã. Protesto na EsplanadaNa Esplanada dos Ministérios e na área central de Brasília, manifestantes se reuniram na segunda-feira para protestar contra o aumento dos impostos nos combustíveis. Segundo os organizadores, o ato não teve ligação com nenhum partido político. De acordo com a Polícia Militar, não houve tumulto. Pizza por gasolinaEm Águas Claras, região administrativa do Distrito Federal, bem próximo a Brasília, para ajudar na locomoção dos motoboys, que precisam fazer as entregas da mercadoria, uma pizzaria propôs aos clientes a troca de gasolina por pizzas. A cada três litros de gasolina, o cliente leva uma pizza grande de qualquer sabor.