Após a realização de buscas nesta segunda-feira (9), subiu para 12 o número de mortos em Lajedinho, a 466 km de Salvador, na Chapada Diamantina, após temporal ia cidade no fim de semana. O rio Saracura, que corta a região, transbordou. Cinco pessoas ainda estão desaparecidas. A Coordenação da Defesa Civil da Bahia (Cordec) intensificou as buscas nesta manhã. A operação envolve cerca de cem servidores, entre policiais, bombeiros e agentes da Defesa Civil. Ao menos 200 pessoas estão desabrigadas ou foram desalojadas no município. Dessas, cerca de 120 estão em abrigos improvisados pela prefeitura em duas escolas municipais e na sede de uma fazenda no entorno da zona urbana da cidade. Pelo menos setenta casas foram totalmente destruídas e 90% da área comercial da cidade foi afetada pelo temporal. Do início da noite de sábado à manhã de ontem, a precipitação na região somou 120 milímetros, informa o governo baiano. O volume representa cerca de 20% da chuva esperada para o ano todo, já que a média anual de chuvas na região historicamente é 600 milímetros. Com a seca, a média dos últimos três anos foi de 300 milímetros. O vice-governador Otto Alencar (PSD), que esteve ontem na região, classificou como "impressionante" o cenário de destruição na cidade. "O mais incrível é que a chuva se concentrou no leito do rio, o que deu força à correnteza e afetou as famílias ribeirinhas", afirmou. O governador Jaques Wagner (PT) deve visitar o município. Calamidade A expectativa do governo da Bahia é que seja decretado estado de calamidade pública no município. O coordenador da Defesa Civil estadual, Salvador Brito, afirma que o governo baiano está oferecendo colchões, medicamentos e cestas básicas para as famílias desabrigadas. O governo também promete viabilizar benefícios, como a concessão de aluguel social para as famílias e para a reconstrução das casas. O Estado, contudo, ainda não definiu o alcance das ações de apoio nem quanto dinheiro será investido na reconstrução da cidade. De acordo com o vice-governador, será necessário um estudo de ocupação do solo para reconstrução das casas. Como a cidade fica em uma área de baixada, há diversas áreas susceptíveis a enxurradas e alagamentos. "Teremos que remover todas as casas das proximidades do rio", afirma Alencar. Moradores e prefeitos de cidades vizinhas estão recolhendo donativos para os desabrigados. Uma conta-corrente, sob responsabilidade de um conselho formado por Ministério Público, igreja e prefeitura, foi criada para receber doações. Os depósitos devem ser feitos na agência 0595-9 do banco do Brasil, conta-corrente 40.000-9. A Defesa Civil de Salvador (Codesal) também está recebendo doações, que podem ser feitas das 8h às 17h na sede da coordenadoria, na avenida Bonocô, na capital baiana.