Sociedade Rural chama atenção de autoridades para problemas com as dívidas rurais

Jornal O Norte
04/07/2007 às 19:06.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:08

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Na abertura oficial da Expomontes, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, se atreveu a galopar em um cavalo de elite, e o vice-presidente da República, José Alencar, falou do prazer em comemorar com os montes-clarenses o aniversário de 150 anos da cidade.

Alexandre Vianna, presidente da Sociedade Rural, aproveitou para salientar as dificuldades que o produtor rural tem tido no campo. O alto custo de produção e a dificuldade de acesso ao crédito são entraves que ainda precisam ser solucionados. Mas a classe rural acredita que o que falta, na verdade, é investimento no setor.




O governador Aécio Neves galopou à vontade num


dos cavalos de elite exibidos na Expomontes


Ele ainda diz que, numa mesma área, a ser explorada pela agricultura, os produtores foram capazes de dobrar a produção do país e ainda têm fôlego suficiente para arregimentar a economia brasileira com a produção de energia renovável.

- Mas ainda, precisamos resolver as pendências. Vale lembrar que todos os produtos, sem exceção, sofreram aumento no custo de produção, e o mais desgastante é que os preços foram diminuídos. Nós produtores temos mostrado a cada dia que produzir para nós é tarefa fácil; difícil é conseguir manter a produção ativa na propriedade. Tendo em vista que muitos de nós estamos com dívidas rurais junto aos bancos, e ainda tem a questão da mata seca, onde estão querendo que nós deixemos mais que 20% previstos, em lei para preservação ambiental. 

Sobre a questão, o vice-presidente, o governador de Minas e os deputados federais e estaduais se reuniram logo após a cerimônia de abertura, para discutir assuntos pertinentes à regularização da mata seca e do endividamento rural. Na ocasião, a Sociedade Rural entregou ao vice-presidente uma proposta de emenda à Medida Provisória 372, editada em maio deste ano, propondo a repactuação de dívidas de operações, originárias de crédito rural, relativas a empreendimentos localizados na área de atuação da Adene - Agência de Desenvolvimento do Nordeste. A proposta de emenda foi elaborada pelas assessorias jurídicas da CNA - Confederação Nacional da Agricultura, das federações da Agricultura da Paraíba e do Ceará, e pela assessoria econômica da Sociedade Rural de Montes Claros.

Segundo informou a assessoria, no documento entregue ao vice-presidente da República, as lideranças rurais lembram que o excesso de normas dispondo sobre renegociação de dívidas no período de 1995 a 2006, com a edição de 11 medidas provisórias e 58 reedições, não resolveu os problemas enfrentados pelos produtores rurais, o que tem impedido muitos agropecuaristas de terem acesso a novos financiamentos e, com isso, gerar mais emprego e renda no campo.  

O vice-presidente da República disse que vai se empenhar para encontrar junto com a área econômica do governo uma solução para o problema, que tem impedido a alavancagem da produção agrícola do Nordeste. Pela proposta entregue ao vice-presidente, as entidades sugerem a renegociação das dívidas contratadas de dezembro de 1994 até o ano de 2000.

As lideranças rurais entendem que mesmo com a edição da lei 11.322/2006, as distorções do endividamento rural persistem e se faz necessária a urgente correção desses desvios, que estão inviabilizando, principalmente, as atividades produtivas nas médias propriedades rurais.

O governador lembrou que Minas é um dos estados que mais crescem no Brasil e isso tem muito peso. A economia, segundo ele, tem alcançado números significativos, e todos os setores, em especial a agricultura e a pecuária, têm dado mostras de que dispõe um grande potencial.

- Acreditamos que projetos estruturadores e integrados é que darão o toque especial à movimentação de recursos na região. Temos que investir em tecnologia para obtermos bons resultados - afirma o governador.

O presidente da Sociedade Rural finalizou sua fala lembrando que o setor agropecuário é responsável pelo superávit na balança comercial. Comentou que o Projeto Jaíba tem atraído investidores que vão promover a geração de emprego e renda aos produtores rurais, mas é preciso mais atenção ao homem do campo.

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