(Reprodução)
Maior maternidade do Brasil em número de partos, o Sofia Feldman, na região Norte da capital, avalia a proposta feita pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) de assumir parte da gerência financeira do hospital. A decisão só será votada pelo conselho da unidade de saúde quando o Executivo apresentar um documento formal detalhando os termos da cooperação.
“Iríamos definir nesta terça-feira (27) a possível parceria, mas não dá para votar sobre algo que não sabemos como funcionaria. Queremos saber os termos exato”, afirma o diretor técnico e administrativo da unidade, Ivo Lopes, já garantindo que rejeitariam possíveis cortes de funcionários.
Para os representantes do conselho consultivo da maternidade, a gestão da saúde deve seguir independente. A ajuda teria que ser apenas financeira. “É preciso formalizar em que bases as coisas vão acontecer. Qual será o papel do diretor, se terá redução de leitos ou mais investimentos”, destacou o presidente da Fundação de Assistência Integral à Saúde (Fais), João Batista Lima.
Proposição
A sugestão da PBH foi feita para acabar com a crise enfrentada pela maternidade, que é referência em partos de alta complexidade e atendimento humanizado. O presidente do Conselho Municipal de Saúde, Bruno Gomes, defende a manutenção do modelo. “Medidas como essa precisam ser discutidas e votadas por nós. O Sofia é referência e não pode correr o risco de mudar o serviço”, disse.
De acordo com a Fais, nenhum documento formal foi entregue pela PBH, assim como não houve representantes do município no encontro desta terça. A Secretaria Municipal de Saúde, no entanto, garante ter enviado proposta, e afirma aguardar uma resposta da instituição.
Por mês, o déficit do Sofia é de R$ 1,5 milhão. De acordo com a Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais (Federassantas), só o Estado e o Governo Federal disponibilizam recursos para o hospital. Com a falta de dinheiro, a maternidade, que realiza 11 mil partos por ano, teve serviços reduzidos. Além disso, sem pagamento do 13º e com salários atrasados, cerca de 40% dos funcionários estão em greve desde o começo deste mês.
(Colaborou Tatiana Lagôa)
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