(Cesar Greco / Ag. Palmeiras)
Diogo Barbosa revela que um dos segredos da solidez defensiva do Palmeiras, que sofreu apenas um gol em seis jogos no Brasileirão, é a atuação dos laterais. "Eu fecho para marcar como se fosse um zagueiro", conta. Aos 26 anos, o defensor afirma que as críticas ao futebol de resultados não vão mudar o estilo. "Nosso time é eficiente. Temos de seguir esse caminho que vem dando certo desde o título brasileiro", disse em entrevista ao Estado, que segue abaixo:
Por que o Palmeiras leva poucos gols?
É o trabalho do dia a dia. O Felipão tem um auxiliar que bate muito nessa tecla da postura defensiva, que é o (Paulo) Turra. Ele treina bastante, principalmente a linha de quatro jogadores. Um fator muito importante é a participação de todo o time. A nossa defesa começa a partir dos nossos atacantes. O pessoal do ataque tem nos ajudado bastante a pressionar o adversário. Nosso posicionamento também é importante. Esse trabalho que o Turra vem fazendo com a linha de quatro está dando certo. Com isso, as vitórias têm acontecido. Também tem sido importante a qualidade técnica dos jogadores que atuam na frente.
Dentro desse treino específico para a defesa, o que tem sido mais importante?
O posicionamento dos laterais. Nós procuramos fechar os espaços por dentro da defesa, evitando os atacantes que avançam pela diagonal.
Você vira quase um zagueiro?
Sim. Quando a bola está no meu setor, eu fecho para marcar como se fosse um terceiro zagueiro. Isso tem surtido efeito. O posicionamento está encaixadinho. Estamos sofrendo poucos lances de finalização.
Isso mudou seu jeito de jogar?
Sempre fui um lateral ofensivo. Com Felipão e o Paulo Turra, eu cresci muito defensivamente. Eu sou um atleta mais seguro e mais equilibrado. Não tem necessidade de avançar sempre. Eu fechava para marcar, mas não tinha a qualidade que tenho hoje e a experiência para ter noção do posicionamento.
O que explica essa arrancada no início do Brasileirão?
O Campeonato Brasileiro é muito difícil. Nos anos anteriores, nós começamos mal. No ano passado, tivemos de alcançar os adversários para conquistar o título. Mas foi muito difícil. Neste ano, nós estamos com o pensamento de começar bem. Com isso, os adversários devem ter dificuldade para nos alcançar. Temos nove rodadas até a parada da Copa América. Queremos fazer o máximo possível de pontos para sairmos bem na competição. Vamos parar e voltar bem, para continuar nessa sequência e tentar conquistar o Brasileirão novamente.
Existe uma meta?
Não há meta específica. O importante é não perder pontos bobos, pontos fáceis.
Os críticos afirmam que o Palmeiras privilegia o resultado em relação ao jogo bonito... Se você perguntar para qualquer jogador, ele vai privilegiar o resultado. É ele que vai te dar os três pontos e a possibilidade de ganhar algum campeonato. Somos um time eficiente. Nosso time marca muito bem e aproveita as oportunidades quando elas surgem. A característica é essa. Desde o ano passado, tem sido assim. Temos de seguir esse caminho. Não tem razão para mudar uma coisa que vem dando certo. É claro que, quando a gente puder melhorar e aperfeiçoar nosso jogo, atuar de uma forma mais vistosa, é claro que nós vamos querer. Mas preferimos ser mais eficientes, conseguir as vitórias.
As críticas não incomodam?
Não vai atrapalhar nada. Nós somos um time com uma defesa sólida e um ataque forte. É claro que vão aparecer muitas pessoas falando contra o nosso time, mas temos de ter a cabeça boa e seguir com o foco naquilo que nós temos em mente. Não podemos mudar nossa opinião por causa de pessoas de fora do Palmeiras.
Em 2018, você teve uma lesão no início da temporada. Como você está agora?
Tive três lesões no ano passado. A lesão no meu pé deixou sequelas durante o ano todo e atrapalhou minhas atuações. Este ano começou do jeito que eu queria ter começado no ano passado. Estou crescendo junto com o crescimento da equipe. Minhas atuações individuais não foram da maneira como eu queria. Neste ano, as coisas estão acontecendo.
Como conciliar esse crescimento com o rodízio de atletas?
É uma coisa que temos de respeitar. O Felipão usa isso desde o ano passado. Jogador é fominha e quer jogar todas as partidas. Mas temos de respeitar a opção do treinador. Isso deu resultado com a conquista do Campeonato Brasileiro. Todo mundo tem qualidade para jogar. Temos de saber respeitar o espaço do outro. Com isso, ele (o treinador) deixa todo mundo feliz.
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