(AFP)
Milhares de pessoas assistiram nesta sexta-feira, em Srebrenica, os dolorosos eventos que recordam o 19º aniversário do massacre de muçulmanos nesta cidade da Bósnia, no qual morreram cerca de 8.000 pessoas na pior matança registrada na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Os restos mortais das 175 vítimas do massacre de Srebrenica, na Bósnia oriental, descobertos em valas comuns e identificadas, foram enterrados por ocasião desta data, segundo o Instituto Sérvio para Pessoas Desaparecidas.
A vítima mais jovem é um menino que morreu quando tinha 14 anos, um dos 13 menores identificados entre mortos. As vítimas haviam sido enterradas em valas comuns descobertas na margem esquerda do rio Bosna, entre as cidades de Maglaj e Doboj.
As recentes enchentes retiraram uma camada de terra de cerca de três metros de espessura, o que revelou as sepulturas. “A maioria das vítimas tinha as mãos amarradas atrás das costas. Vários foram mortos por uma bala disparada à queima-roupa na nuca”, explicou o porta-voz do Instituto.
De acordo com a mesma fonte, é provável que sejam os restos de homens muçulmanos da aldeia de Jablanica, na região de Maglaj, mortos em junho de 1992 pelas forças sérvias da Bósnia. As identidades das vítimas precisam ser confirmadas por testes de DNA.
As tempestades que atingiram Bósnia, Sérvia e Croácia em maio, as piores em um século, causaram graves inundações que mataram dezenas de pessoas na Sérvia e na Bósnia, de acordo com autoridades.
A guerra da Bósnia provocou quase 100.000 mortos. Mais de 9.000 pessoas ainda estão desaparecidas, de acordo com dados oficiais.