Stefan Ketter descarta demissões em massa na Fiat

José Antônio Bicalho
jleite@hojeemdia.com.br
16/09/2016 às 08:04.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:51
 (FCA/Divulgação)

(FCA/Divulgação)

Stefan Ketter, presidente para a América Latina da Fiat Chrysler Automobiles (FCA), fez ontem uma análise do momento atual, que disse representar “a maior queda de mercado” da história da indústria automotiva brasileira. 

Segundo Ketter, o “fundo do poço já foi atingido” e a expectativa é de melhora do desempenho da indústria automotiva brasileira a partir de agora. Mas disse que essa expectativa “ainda não se configurou em (aumento dos) volumes de vendas”.

“As vendas ainda estão muito voláteis, num processo de assentamento (no fundo do poço). Mas a confiança dos empresários e dos consumidores está voltando e isso cria uma visão de melhora. Mas não sabemos de quanto ela será”, afirmou.

Ketter participou ontem do evento de apresentação do novo Uno 2017 e da nova fábrica de motores do polo automotivo de Betim. A empresa investiu R$ 1 bilhão na fábrica, que produzirá a nova família de motores Firefly (vaga-lume em inglês) de 1.0 e 1.3 litro, de 3 e 4 cilindros respectivamente, e que equiparão o Uno 2017 (o HD Auto publicará matéria sobre os novos motores na edição de amanhã do Hoje em Dia).

Ociosidade

Segundo ele, a estrutura industrial da Fiat em Betim trabalha atualmente com uma ociosidade entre 40% e 50%. Mas disse que não existe perspectiva de demissão em massa por conta dos baixos volumes. “Se não houver outro acidente (na economia), vamos seguir em frente”, disse. No polo de Betim, trabalham atualmente 18,5 mil pessoas. Para adequar a equipe à queda nos volumes, a empresa vem utilizando instrumentos como antecipação de férias, paradas técnicas e licenças remuneradas.

De acordo com o último levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de janeiro a julho foram vendidos no país 964,5 mil automóveis e picapes, o que representou recuo de 22,2% na comparação com o mesmo período do ano passado. Na Fiat, a queda foi maior, de 32,8% na mesma comparação, para 140,8 mil unidades. 

Reforma trabalhista

Ketter, que assumiu a presidência da Fiat em novembro do ano passado, sucedendo Cledorvino Belini, também disse que uma reforma das leis trabalhistas seria bem-vinda e que as regras que regem os contratos de trabalho precisam ser ter a flexibilidade exigida pelas novas indústrias.

“Quanto mais clara e simples, menor o risco do investidor. O Brasil precisa dessa alavancagem de segurança legal para que novos empregos possam ser gerados”, disse.

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