STF fez aquilo, e com atraso, que todo o país esperava dele

05/05/2016 às 21:26.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:17

Numa goleada de 11 a zero, os ministros da Suprema Corte vocalizaram o sentimento nacional ao afastar Eduardo Cunha (PMDB) da presidência da Câmara dos Deputados e de seu mandato, mesmo com atraso de cinco meses. Ao acolher o pedido, o ministro Teori Zavascki foi além da Constituição da República para identificar e reconhecer aquilo que a maioria dos brasileiros via a olho nu: além de causar constrangimento cívico, Cunha já não tinha condições de presidir a Câmara e que, se mantido, representaria escárnio maior à democracia e à República vê-lo assumir eventual vice-presidência da República. 

Tudo somado, esse é o fim da linha de Eduardo Cunha e seus malfeitos; primeiro, de impedir que o governo federal governasse e, segundo, depois de ser acusado, de impedir investigação de sua participação no esquema de corrupção da Petrobras e da análise de seu processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara. Sua situação ficou insustentável ante o fato de, com o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), previsto para a semana que vem, 

Cunha poderia virar, mesmo sendo réu na Suprema Corte, vice-presidente da República e até presidente interino. 

Para não chegar a esse fim de mundo, o STF decretou o fim da linha pra ele, ou seja, dificilmente Cunha voltará ao cargo de deputado federal, muito menos de presidente da Câmara. A situação poderia ser pior, como, por exemplo, a prisão preventiva dele, ou ainda, com a perda de mandato, decretar também a perda do foro privilegiado, entregando seu caso ao julgamento do temido juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba. 

Em consequência, a medida municiará o governo e aliados de novo argumento para tentar barrar o processo de impeachment, que poderá ser aprovado, nesta sexta-feira (6), pela Comissão Especial do Impeachment, durante votação do relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB). O relator, no entanto, sequer acolheu o argumento anterior da defesa segundo o qual Cunha teria aceitado o pedido de impeachment por “vingança”. Rejeitada também como recurso por Anastasia, a demanda deverá ir parar no STF. 

PMDB/MG vai para a Saúde

Mera coincidência ou não, o PMDB mineiro, por meio do secretário do Meio Ambiente, deputado estadual Sávio Souza Cruz, vai assumir a pasta da Saúde estadual, como aconteceu no Ministério da Saúde. O deslocamento seria uma compensação ao partido que se sentiu lesado com as mudanças no secretariado. Ao ir para uma pasta, com mais recursos, o PMDB ficaria mais prestigiado. 

A novidade acontece ante a perplexidade dos peemedebistas mineiros, maiores aliados do governador Fernando Pimentel (PT), com mudanças na equipe. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adalclever Lopes (PMDB), chegou a se reunir com o governador, na quarta-feira (4), para esclarecer as razões; no dia seguinte, Lopes buscou acalmar a bancada de seu partido.

Está previsto ainda o retorno do ex-secretário Tadeu Leite ao governo, desta vez, para a Secretaria de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas no lugar do petista Paulo Guedes, que sai para disputar as eleições municipais em Montes Claros (Norte). A ida de Sávio para a Saúde abre espaço também para que o PSD do deputado estadual Fábio Cherem no Meio Ambiente.

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