(Reprodução Youtube)
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu, na tarde desta terça-feira (6), um habeas corpus para Allana Brittes, que estava presa há nove meses acusada de participação no assassinato do jogador de futebol mineiro Daniel Correa, em Curitiba, no Paraná. A decisão foi unânime entre os cinco magistrados da Sexta Turma.
A estudante, de 18 anos, filha de Edison Brittes, que confessou ser o autor do assassinato, terá de cumprir medidas cautelares ao sair da prisão, conforme o Artigo 139 do Código de Processo Penal. Ou seja, ela deverá comparecer periodicamente à Justiça para informar e justificar atividades, será proibida de frequentar alguns lugares e encontrar determinadas pessoas, e não poderá deixar a comarca de Curitiba.
Caso não cumpra as regras, Allana poderá voltar à prisão. Ainda não há data para a saída da jovem do sistema prisional.
São réus na ação, além de Allana, Edison Brittes, 38 anos; Ygor King, de 19; David Willians Vollero Silva, 18; Eduardo Henrique da Silva, 19; Cristiana Brittes, de 35; e Evelyn Perussi, única que não foi detida.
Entrevista
Essa não foi a única notícia envolvendo o caso Daniel Correa nesta semana. Na segunda-feira (5), Lucas Stumpf, mais conhecido como Lucas Mineiro, deu entrevista a um telejornal paranaense, afirmando ter visto Edison Brittes enforcando o jogador em cima da cama da esposa, Cristiana Brittes.
Ele disse ter ouvido Cristiana pedir socorro, mas acredita que os gritos não eram sobre um possível ataque de Daniel, mas, sim, por temer pela vida do rapaz.
“Ela [Cristiana Brittes] tentava pedir ajuda, mas ela não tinha o que fazer. Ela não tinha como reagir naquele momento e não ia conseguir fazer nada naquele momento, creio eu. Ela pedia socorro e eu não sei dizer se o socorro dela era por algo que aconteceu com ela mas, no meu entendimento, no meu ver do momento dos fatos, era que o pedido de socorro era pro Daniel”, disse Stumpf, durante a entrevista.
A defesa da família Brittes também falou ao telejornal, dizendo que Stumpf não havia dado essa mesma versão à polícia. "Ele quer, na verdade, aparecer”, afirmou o advogado Cláudio Dalledone.
Relembre o caso
Em 27 de outubro de 2018, Daniel foi encontrado morto em uma estrada rural de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, com o pênis decepado e praticamente decapitado, após participar da festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes, numa casa noturna. Após o evento, o jogador teria ido até a casa da aniversariante e foi flagrado por Edison na mesma cama que Cristiana Brittes, sua esposa, que dormia.
Réu confesso do homicídio, Edison acusou Daniel de tentar estuprar a esposa e passou a agredi-lo com a ajuda de outros convidados. Daniel havia feito fotos ao lado da mulher e enviado para amigos em um grupo de WhatsApp. Depois de ser duramente espancado, ele foi levado para a estrada rural, onde foi torturado e assassinado.
Nascido em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, e criado em Conselheiro Lafaiete, na região Central de Minas, Daniel Correa tinha contrato com o São Paulo e estava emprestado ao São Bento de Sorocaba. Revelado pelo Cruzeiro, ele jogou ainda pelo Botafogo e Coritiba.Rubens Chiri/São Paulo/Divulgação / N/A
Daniel foi morto no dia 27 de outubro do ano passado