(Fiat)
A Fiat Strada mudou de geração depois de duas décadas. A picape estreou em 1998, como integrante da família Palio e de lá para cá se tornou o cavalo de batalha da Fiat, como foi a Kombi na VW. Para se ter ideia, se voltarmos ao ano de 2012, quando a indústria registrou seu recorde de produção e emplacamentos, a Strada era o terceiro modelo mais vendido da Fiat, com 117,5 mil licenciamentos, segundo a Fenabrave.
Naquela época a Fiat era líder absoluta de mercado, título que foi mantido até 2016, quando a GM assumiu o trono. A queda da italiana muito se deu pela aposentadoria do Uno (Mille) e logo depois pela do Palio. Mas o tombo poderia ter sido ainda mais forte se não fosse a Strada.
Na caçamba
Mesmo defasada, ela seguiu como um dos principais produtos da marca, figurando sempre nas primeiras posições. Em março de 2015, foi o modelo mais vendido do país com quase 10 mil emplacamentos. Nos anos de 2017 e 2018, ela foi o principal produto da marca, com 54 mil e 67 mil, na ordem. E no ano passado, só não foi a líder dentro de casa, com 76 mil licenciamentos, porque o Argo beirou as 80 mil unidades.
Tudo isso reafirma a importância do utilitário dentro da estratégia de mercado da Fiat. Um carro de produção barata e praticamente sem concorrentes. A Strada manteve seu desempenho por ser a opção mais confiável para quem busca um carro acessível para transporte de carga.
Cerca de 50% dos consumidores utilizam a picape para atividades comerciais. Tanto que, das 76 mil unidades comercializadas em 2019, 72 mil foram adquiridas no modelo de venda direta.
Seu trunfo sobre as rivais está na suspensão com feixe de molas. Solução que garante muito peso na caçamba sem risco de estourar amortecedores e buchas como os demais, com suas molas helicoidais. Trata-se do mesmo conceito que ainda faz com que a veterana Ford Pampa tenha boa procura no mercado, mesmo fora de linha desde 1997.
Realidade de mercado
Mas agora a Strada chegou ao limite, que exigiu reformulação completa. Em breve, a atual geração não atenderá os requisitos legais para produção, como obrigatoriedade do controle de estabilidade, assim como exigências estruturais.
Ainda há um fator de mercado. O Brasil não se recuperou da crise em que está mergulhado há mais de cinco anos. E nesse cenário a Strada chega não apenas para atender as necessidades de quem precisa de uma caçamba para o trabalho, mas também como opção de carro familiar, como ocorreu com a Toro, mas num tíquete mais barato.
Bezerro
A inclusão das quatro portas, cinco lugares e novos conteúdos levam a Strada para um patamar além daquele oferecido pela atual cabine dupla, que está no mercado desde 2008.
Naquela época ainda com duas portas (posteriormente, três) ela apresentava uma solução para quem tinha carga e família para transportar ao mesmo tempo. Agora ela faz isso com mais comodidade, num cenário que concorre apenas com a inexpressiva Renault Duster Oroch, uma vez que a Saveiro cabine dupla conta apenas com duas portas.
Agora é esperar para ver quanto ela vai custar, pois não adianta bons argumentos de venda se o preço não for convincente.