Supersecretários vão garantir a reforma administrativa de Pimentel

Giulia Mendes e Patrícia Scofield - Hoje em Dia
10/01/2015 às 08:32.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:37
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

O governador Fernando Pimentel deu poder a dois de seus secretários – Odair Cunha (PT) e Helvécio Magalhães – para assumir duas pastas cada um, de forma temporária, até 1º de fevereiro, quando os deputados federais e estaduais tomam posse. Desde que Pimentel assumiu, em 1º de janeiro, ambos têm se mostrado os principais articuladores políticos do novo governo.
Odair, que é presidente da legenda em Minas, vai assumir, além da Secretaria de Governo, a pasta de Meio Ambiente, cujo titular será o peemedebista Sávio Souza Cruz. O secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio, vai responder também pela pasta de Desenvolvimento Regional, Política Urbana e Gestão Metropolitana, cadeira a ser ocupada pelo deputado estadual Tadeuzinho Leite (PMDB), e pelo Escritório de Prioridades Estratégicas.
As designações foram publicadas na última sexta-feira (9) no Diário Oficial do Estado, o “Minas Gerais”.
Nos bastidores, a informação é de que o governador conta com a influência de Sávio Souza Cruz, Tadeuzinho Leite e dos demais parlamentares com cargos na Assembleia Legislativa que assumirão secretarias estaduais - André Quintão (PT), Paulo Guedes (PT), e Carlos Henrique (PRB) - para defender a proposta de reforma administrativa em plenário e evitar a convocação dos suplentes em janeiro.
“Já estava combinado que não assumiríamos em janeiro, uma vez que a Casa não está em recesso”, disse Sávio. A ALMG não entrou em recesso por não ter votado o Orçamento de 2015. Com isso, os suplentes podem ser chamados para assumir o cargo no Legislativo assim que os parlamentares licenciarem-se.
Apesar de o projeto da reforma política ter uma tramitação mínima de 40 dias nas comissões, a matéria tem recebido duras críticas da nova oposição, formada por PSDB, DEM, parte do PSD e o PP, como publicado pelo Hoje em Dia, e não terá uma votação “tranquila”. Segundo os deputados ouvidos pela reportagem, a análise na Casa poderá durar dois meses, na melhor das hipóteses, com a costura de um acordo entre as lideranças sobre a matéria.
A questão salarial não é determinante para a decisão de cumprir mandato integralmente porque, em caso de licença, esses petistas e peemedebistas receberiam o salário proporcional aos dias trabalhados. No regimento interno da Assembleia, não há nenhuma regra que exija que os mandatos sejam cumpridos até o término da legislatura, segundo a assessoria de imprensa da ALMG.   ‘Sem planejamento’
Para um dos líderes da oposição na Assembleia, o deputado tucano João Leite, falta planejamento nesse início de governo. “Parece que não estavam preparados para governar. Os deputados nomeados não trabalham mais na Assembleia e nem assumem as secretarias. Isso acaba prejudicando o cidadão, porque, neste momento, a medida principal deveria ser a execução das políticas nas secretarias. Deixar as pastas sem titular, logo no início da gestão, não vai dar certo”, comentou.
Adjuntos
No caso da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social, que ficará a cargo de André Quintão, interinamente assumiu a secretária-adjunta da Pasta, Rosilene Rocha. Ela foi secretária municipal de Desenvolvimento Social na gestão de Pimentel como prefeito de Belo Horizonte e secretária nacional de Assistência Social do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), ao lado do ministro Patrus Ananias (PT), novo ministro do Desenvolvimento Agrário de Dilma Rousseff (PT).
A adjunta Juliana Veríssimo Pacheco também responderá, até fevereiro, pela Secretaria de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais, que ficará com Paulo Guedes. Na Pasta de Esportes, hoje vinculada à de Turismo, dois subsecretários dividem o comando. Adenilson de Souza responde pelas ações de Esporte e Silvana Nascimento pelo Turismo. Elas serão desmembradas.   Procuradoria Eleitoral pede a cassação do Cabo Júlio
O deputado estadual Cabo Júlio (PMDB) pode perder o mandato. A Procuradoria Regional Eleitoral de Minas Gerais (PRE-MG) entrou com recurso, na última sexta-feira (9), pedindo a cassação do diploma do parlamentar condenado por envolvimento na “Máfia das Sanguessugas” em 2014.
Na representação, a procuradoria sustenta que o parlamentar foi condenado a dez anos de inelegibilidade em decorrência de atos de improbidade administrativa.
Cabo Júlio recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que manteve a sentença de primeira instância. O acórdão foi publicado no dia 16 de outubro do ano passado. Para a Procuradoria Eleitoral, está configurada a hipótese de inelegibilidade.
Cabo Júlio se defendeu dizendo que não há “base legal” para ação. Disse ainda estar “tranquilo”.

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