Suspeita de homicídio lança biografia e pode ter novo julgamento

Michael Thurston - AFP
30/04/2013 às 21:47.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:18

LOS ANGELES - A americana Amanda Knox poderá voltar à Itália na condição de ré para um novo julgamento pelo assassinato da britânica Meredith Kercher, declarou a própria jovem, nesta terça-feira (30), no lançamento de sua autobiografia com detalhes explícitos de sexo, drogas e de seu período na prisão.

Nas entrevistas concedidas para promover suas "memórias", Amanda manifestou seu desejo de que a família de sua ex-colega de quarto Meredith leia o livro.

"Eu me importo com o que a família de Meredith vai pensar (...) Realmente, espero que os Kercher leiam meu livro. Não precisam acreditar em mim, não tenho o direito de exigir nada de ninguém, mas gostaria que tentassem", disse ao jornal "USA Today".

Amanda e seu namorado na época, Raffaele Sollecito, foram absolvidos em outubro de 2011 pelo assassinato de Meredith Kercher na Perugia, norte da Itália, em 2007. Pouco depois, a jovem voltou para sua cidade natal, Seattle, no estado de Washington.

Em março deste ano, o Tribunal de Cassação italiano anulou a absolvição de Amanda, de 25, e de Sollecito, de 29, e ordenou que ambos sejam julgados novamente.

Embora analistas jurídicos acreditem que Amanda será julgada à revelia, a ex-estudante disse ao "USA Today" que pensar em voltar para a Itália.

"Meus advogados disseram que não tenho de ir. De qualquer modo, considero a hipótese, para ser sincera", teria dito Amanda, segundo o jornal.

Amanda Knox está promovendo sua autobiografia "Waiting to be Heard" ("Esperando para ser ouvida", em tradução livre), nos Estados Unidos. De acordo com a imprensa americana, ela teria recebido um adiantamento de US$ 3,8 milhões para escrever o livro.

Ao longo das 480 páginas, Amanda descreve sua vida em Seattle e sua decisão de passar um ano sabático na pequena cidade de Perugia, para conhecer o idioma e a cultura italiana a fundo. A jovem fala abertamente sobre como encara a sexualidade e como tudo mudou quando foi para a Itália. Antes de partir, ela já tinha tido relações com quatro rapazes.

Ela dividiu um apartamento com duas italianas, mais a britânica, e todas mantiveram um relacionamento livre com um grupo de garotos do mesmo prédio.

Amanda conheceu Sollecito uma semana antes do homicídio de Kercher.

A americana conta com detalhes o momento em que o corpo de Meredith Kercher foi encontrado e como ela foi a primeira suspeita da polícia. Em um dos interrogatórios, conta Amanda, ela levou um tapa de um dos policiais, que gritou: "Pare de mentir!".

Depois, Amanda Knox foi indiciada, julgada e enviada para a prisão, onde foi vítima de assédio sexual constante e pensou em se matar.

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por