Três traços do perfil psicológico que a Polícia Civil de São Paulo monta do técnico em tecnologia da informação (TI) Guilherme Longo são característicos de um psicopata, de acordo com a professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas (SP) Maria de Fátima Franco dos Santos, que tem 30 anos de experiência em psicologia forense.
Maria de Fátima afirma que o vício em cocaína, a hiperatividade e a facilidade de mentir são típicos de um psicopata. "Um psicopata não é doente, tem um desvio de comportamento, sabe perfeitamente o que está fazendo e pode responder por isso." Nos depoimentos que ouviu até agora, o delegado Paulo Henrique de Castro chegou à conclusão de que o padrasto era agressivo, mas passava para os outros uma imagem de pessoa calma. Além de ter admitido agressão a uma pessoa durante internação em uma clínica para viciados, onde conheceu a mãe de Joaquim, que era psicóloga do local, há depoimentos dela relatando ameaças, agressões - contra ela, contra dois homossexuais e contra a própria mãe.
"Ele nunca foi agressivo, sempre foi um menino amoroso", conta sua mãe, a professora Augusta Rayme Longo, de 56 anos. Ela admite que ele sempre exigiu atenção especial entre os três filhos do casal, por causa da hiperatividade. Na academia onde treinava jiu-jítsu, colegas relataram o envolvimento do suspeito também com agressões contra travestis para roubar dinheiro para comprar drogas. "A droga não é causa. Ela só deixa aflorar a raiva e agressão que estão contidas na pessoa", analisa a especialista forense.
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