(Agência Brasil / Divulgação)
As forças de segurança devem concentrar os trabalhos de investigação, nesta quinta-feira (16), no resgate da lancha usada pelo indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips.
A informação foi confirmada pelo superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Guilherme Torres, durante entrevista coletiva na noite de sexta-feira (15), que contou com a participação de integrantes da força-tarefa constituída para investigar o desaparecimento dos dois homens. Apesar de terem ajudado nas buscas, nenhum representante indígena participou da coletiva.
Torres informou que o suspeito preso pelo assassinato, Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, identificou o local onde a lancha estava. “O motor foi retirado e a embarcação afundada com sacos de terra em um local de difícil acesso”, informou o delegado.
Terceiro suspeito
O delegado da polícia federal confirmou que além de Amarildo e seu irmão Oseney da Costa de Oliveira, as investigações apontam para a participação de um terceiro suspeito que já foi identificado. Guilherme Torres não quis informar detalhes da investigação que corre em segredo de Justiça, especialmente sobre as motivações dos assassinatos.
Remanescentes humanos
Depois de confessar o assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips com uso de arma de fogo, Amarildo levou os policiais, nesta quarta, ao local onde os corpos teriam sido enterrados.
A polícia confirmou que remanescentes humanos foram identificados no local e serão levados para o Instituto de Criminalística, em Brasília. As escavaçõs ainda não foram concluídas.
“Somente após esse trabalho será possível confirmar de que forma o crime ocorreu”, explicou o delegado. A suspeita é de que as vítimas morreram baleadas e que seus corpos tenham sido queimados e enterrados.
Em um áudio, Bruno Pereira denuncia pescadores do Vale do Javari. “São eles que estão atirando na equipe”. O áudio cita uma reunião que ocorreria em 3 de junho na Comunidade de São Rafael, onde Bruno e Dom Phillips estiveram no dia em que desapareceram.
A polícia reconheceu que não seria possível encontrar os remanescentes humanos com tanta rapidez se não fosse a confissão de Amarildo. O delegado informou que o local é de difícil acesso, em mata fechada. E que foi necessário caminhar 1h40 e depois mais três quilômetros em mata fechada.
Amarildo está detido desde o dia 7 de junho. Testemunhas informaram à polícia que ele foi visto, no dia do desaparecimento, com uma embarcação atrás da lancha em que Bruno e Dom Philips estavam.
A polícia encontrou vestígios de sangue no barco de Amarildo. O irmão dele, Oseney dos Santos, foi preso temporariamente nesta terça-feira (dia 14).
No domingo (12), agentes federais divulgaram imagens de objetos encontrados na área de buscas das vítimas como mochilas, notebook, camisas, bermudas.
Pereira, que era servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Dom Phillips haviam saído de São Rafael em uma viagem com duração prevista de duas horas para Atalaia do Norte e não foram mais vistos.
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