Unidade de saúde do Estado, instalada no bairro Santa Efigênia, realiza cerca de 200 cirurgias por mês
Deputados estão preocupados com precarização dos serviços após fechamento do bloco cirúrgico do Amélia Lins e o impacto no atendimento do João XXIII (Reprodução/Sind-Saúde MG)
O fechamento do bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), localizado no bairro Santa Efigênia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, será tema de uma reunião no Ministério do Trabalho e Emprego em Minas na próxima segunda-feira (13).
De acordo com a Superintendência Regional do Trabalho (SRTE/MG), no encontro estarão representantes dos sindicatos que representam os trabalhadores, a presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Renata Dias, e o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti.
O bloco cirúrgico da unidade de saúde está fechado desde a última segunda-feira (6), e não há previsão de que volte a funcionar. Pacientes e funcionários estão sendo transferidos para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, que terá um aumento de pelo menos 200 cirurgias por mês.
Neuza Freitas, diretora do Sind-Saúde MG, contou que os trabalhadores fizeram uma manifestação em frente ao hospital e aguarda um posicionamento. "Já tínhamos um déficit para cirurgia ortopédica no estado. O HMAL já vivia lotado. Fechar o bloco cirúrgico será o caos total no setor de ortopedia", disse Neuza.
Segundo ela, o fechamento do bloco cirúrgico representa o fechamento do hospital, que causará um dano na demanda por cirurgias ortopédicas.
“Há uma preocupação entre os servidores. O João XXIII não tem capacidade para assumir mais essa demanda, especialmente de um bloco cirúrgico importante, que é seu principal suporte. O resultado imediato é o aumento ainda maior da fila de espera por cirurgia, o que significa mais macas nos corredores”, ressalta a diretora executiva do Sind-Saúde.
A discussão sobre o fechamento do bloco cirúrgico do HMAL resultou, em um ofício assinado pelos deputados Leleco Pimentel e Padre João solicitando a "apuração urgente" do caso. O documento foi encaminhado ao Secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti. A expectativa é de que o tema motive uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nos próximos dias.
Na quinta-feira (9), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) informou que enviará um ofício à Fhemig para apurar o fechamento do bloco cirúrgico do hospital.
A Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de BH está instaurando um “Notícia de Fato”, que será enviada para a presidência da Fhemig e solicitará informações no prazo de 48 horas.
Conforme a Fhemig, responsável pela administração da unidade, a medida foi necessária devido à dificuldade na aquisição de uma peça essencial do arco cirúrgico. Aproximadamente 200 cirurgias mensais foram redirecionadas para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, que já está sobrecarregado com atendimentos de urgência e emergência.
"A Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) reitera que o Hospital João XXIII, com oito salas em seu bloco cirúrgico, tem plena capacidade para atender casos de urgência, assim como os pacientes com cirurgias eletivas vindos do HMAL, e reforça que os usuários serão atendidos normalmente, sem prejuízo algum.
Informamos ainda que, durante um procedimento no HMAL, foram danificados o intensificador de imagens e outros equipamentos essenciais para a realização de cirurgias. Por isso, o bloco foi fechado para revisão.
Ressaltamos que o Hospital Maria Amélia Lins realiza somente cirurgias de baixa complexidade, classificadas como eletivas; ou seja, são programadas de acordo com a avaliação clínica do paciente e a capacidade operacional das unidades hospitalares. Em média, são realizadas cerca de 200 cirurgias por mês no HMAL. São procedimentos com curto tempo de internação, entre 24 horas e 48 horas, que estão sendo feitos no João XXIII. Após a cirurgia, o paciente retorna para o HMAL para sua recuperação até o momento da alta.
Somente nos últimos dois anos, foram investidos R$ 31 milhões no Complexo Hospitalar de Urgência, do qual os dois hospitais fazem parte, com amplo investimento em equipamentos de ponta para o João XXIII, referência em politraumas, queimaduras e intoxicações."
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