Sustentabilidade energética na produção leiteira é tema de pesquisa

Jornal O Norte
10/12/2009 às 08:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:19

Janaína Gonçalves


Repórter

Apurar o gasto energético total e compará-lo à energia gerada na forma de produto final, no caso do leite, é o objetivo da pesquisa defendida pelo acadêmico de mestrado Janderson Tolentino Silveira, nesta terça-feira, 08, na fazenda experimental da UFMG de Montes Claros.

Em contato com o veterinário Janderson Tolentino, por telefone, ele nos informou que a proposta faz parte de um programa desenvolvido através do ICA - Instituto de Ciências Agrárias.

Silveira explicou que a busca por sistemas de produção mais sustentáveis tem adquirido importância no cenário nacional e internacional e a análise energética da atividade leiteira vem auxiliar na avaliação das formas de produção.

Assim, ele mediu a energia consumida em várias etapas, a exemplo do preparo do solo para plantio de milho, da colheita, da alimentação dos animais e da ordenha.

Segundo o profissional, a ideia surgiu a partir de pesquisas desenvolvidas por universidades paulistas e pela carência de se desenvolver algo neste sentido em Minas.

Ele salienta ainda que, através do acompanhamento da produção no ano agrícola 2008/2009, somado a relatos dos trabalhadores de campo da fazenda e informações obtidas na literatura, foi possível concluir que o agroecossistema de produção de leite na fazenda experimental do ICA foi ineficiente, do ponto de vista energético, no período estudado.

- A pesquisa apurou que, para se produzir uma unidade energética de leite foram gastos, em média, quatro unidades energéticas.

Segundo o veterinário, para ser sustentável, o sistema deveria, pelo menos, empatar o gasto e a produção de energia.

Além de aluno do mestrado, Janderson é também administrador da fazenda experimental do ICA, por isso terá a oportunidade de transformar em ação as conclusões de sua pesquisa.

- O estudo gerou subsídios para ajuste de conduta. Será necessário adequar nossa forma de produzir, afirma.

Entre os exemplos de atitudes que podem ser tomadas para diminuir o gasto energético, ele cita a substituição de adubos químicos por orgânicos, que tendem a ser menos calóricos, e a máxima redução possível da mecanização agrícola.   

- A energia, mais do que nunca, tornou-se um bem decisivo no desenvolvimento econômico e social e por isso obriga os organismos internacionais, nacionais e locais a darem uma maior atenção às novas formas de negócio, à sua utilização eficiente e ao efeito provocado pelas emissões de CO2. A política energética, hoje em dia, já não é um problema de âmbito de um só país, mas tem de ser sempre equacionada por grandes áreas econômicas e depois também a um nível global, constituindo, em si própria, um fator diferenciador da competitividade de uma região, explica.

Para ele, as questões energéticas estão intimamente relacionadas com as questões ambientais, o que, desde logo, obriga uma concentração de esforços políticos dos responsáveis por estas duas áreas temáticas.

O projeto foi desenvolvido sob orientação de Anna Christina de Almeida e co-orientação de Fernando Colen e Rogério Marcos de Souza, todos do ICA/UFMG.

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