'Tão longe, tão perto': músicos investem em lives e outros projetos para manter os fãs próximos

Thiago Prata
@ThiagoPrata7
12/04/2020 às 13:05.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:15
 (Choro das 3/Arquivo pessoal)

(Choro das 3/Arquivo pessoal)

Num período em que shows ao vivo tiveram que ser cancelados ou remanejados, músicos de todo o planeta se veem obrigados a bolar novas estratégias, visando – mesmo que infimamente – diminuir os prejuízos, aproveitar o tempo para focar nos mais distintos projetos ou até unir esses dois mundos. No Brasil, o que não faltam são artistas do meio ávidos a dar novos passos em suas carreiras e, mesmo que em isolamento social, se manter próximos a seus fãs.

O Almanaque mostra aqui alguns exemplos de personagens do nosso cancioneiro engajados em inverter um velho ditado: a nova ordem é “Tão longe, mas tão perto”.

Contato com Varginha

Conhecido por unir elementos do heavy metal e da cultura celta, o Tuatha de Danann está agilizando o processo de gravação e produção de seu próximo disco, que trará releituras de músicas tradicionais irlandesas. E durante a fase de desenvolvimento do novo álbum, a banda de Varginha (MG) resolveu lançar uma campanha de pré-venda do disco, com mais algumas surpresas.

“Como veio essa coisa da pandemia, os shows foram todos cancelados, então pensamos em fazer essa iniciativa. A gente faz vídeos, de celulares mesmo, mostrando trechos da gravação do disco (pelo YouTube). O pessoal passa a conhecer o interior do estúdio (em Varginha). Em alguns deles, pergunto para a galera o que está achando de determinado arranjo. Também haverá pocket shows exclusivos. É algo mais interativo. E, depois da pandemia, faremos lives exclusivas de shows, com todos os integrantes juntos, até porque está todo mundo trabalhando em suas casas”, relata o líder, vocalista e multi-instrumentista do Tuatha, Bruno Maia.Rodrigo Barbieri/Divulgação

Reuniões de família

O grupo paulista Choro das 3, formado por três irmãs – Corina, Elisa e Lia –, mantinha uma tradição de uma live por mês, em meio a um cenário que englobava vários projetos, como gravação de discos, divulgação dos álbuns e apresentações ao vivo. Mas, sem concertos agendados, por conta da pandemia, as três passaram a focar em lives semanais em casa (toda quinta-feira, à noite, por meio do YouTube e redes sociais), executando músicas de vários estilos, como MPB e, claro, choro.

“Sempre fomos muito fortes em mídia social. Na quarentena, estamos aperfeiçoando nossas lives; fazemos agora uma por semana e sorteamos CDs nessas lives. Os fãs são sempre muito participativos e fazem pedidos de músicas; de vez em quando, a gente consegue atender. É uma maneira de divulgar e presentear as pessoas que nos apoiam, não só neste momento, mas também que nos acompanham há tempos”, afirma Lia, que revela que o trio começa a planejar um novo disco.Choro das 3/Arquivo pessoal

Festival em casa

Idealizado pelo cantor, compositor e ator Claudio Lins, o festival #ZiriguidumEmCasa reúne lives de shows de vários artistas nos finais de semana (nas redes sociais), vide Ivan Lins, Baby do Brasil, Pedro Luis, Detonautas e Nila Branco. Todos eles, confinados em suas respectivas casas. Até agora, foram quase 150 apresentações, em quatro semanas de festival. E, pelo que conta Claudio, vem muito mais por aí. 

“Temos não só artistas, mas também empresários, produtoras e até gravadoras nos procurando para oferecer seus cantores e cantoras. Nossa produção é simples, mas muito bem feitinha, e isso está sendo reconhecido. Além do mais, os festivais online se tornaram a vitrine possível para os artistas nesse momento, tantos os novos quanto os mais consagrados”, disse. Desde a última semana, foi aberta uma conta para contribuições voluntárias do público que confere as lives.Alexandre Moreira/Divulgação

Sinfonia do amanhã

O período de reclusão atrapalhou os planos da banda belo-horizontina de death metal melódico D.A.M, que lançou, no início do mês passado, seu terceiro álbum completo, “Disciples of the Unknown”. Mas, como enfatiza o líder, vocalista e tecladista Guilherme de Alvarenga, é hora de dar continuidade a outros projetos e investir mais nas redes sociais.

“Estamos com ideias de lives para apresentar a nova formação da banda. Também farei algo mais didático, voltado para o teclado. E é o momento de divulgar nosso trabalho no exterior. Além disso, comecei a gravação de um projeto sinfônico, com cinco músicas que farão parte deste meu primeiro EP”, destacou. O mais recente trabalho pode ser conferido nas plataformas digitais.Iana Domingos/Divulgação

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