O motor a combustão que equipa centenas de milhões de automóveis pelo mundo já deveria ter ido há tempos para o museu. Mas resiste heroicamente - há mais de cem anos - com o mesmo mecanismo de funcionamento e irracionalidade. Sua eficiência é tão baixa que, da energia de um litro de gasolina colocado no tanque, aproveita-se cerca de 30% a 40% para gerar potência. O resto é jogado no lixo sob forma de atrito e calor.
Além disso, ainda exige tempo, paciência e recursos do motorista com procedimentos de manutenção para evitar que uma pane mecânica não o deixe a pé nem tenha seu saldo arruinado. Um dos mais importantes e de periodicidade semanal é a verificação do nível do óleo do motor. Completá-lo quando abaixa. Substituí-lo rigorosamente nos prazos indicados. Como explicar esse hábito arcaico de puxar a centenária vareta de óleo nos moderníssimos automóveis de hoje?
O problema é que apesar de toda a moderníssima tecnologia eletrônica incorporada aos automóveis, seus motores ainda funcionam exatamente como em seus primórdios no fim do século 19, com pistões subindo e descendo dentro de cilindros, recebendo no alto do curso uma martelada da explosão de uma mistura e movimentando um virabrequim lá em baixo. E exigem uma película de óleo entre os pistões e cilindros para lubrificá-los. Um pouquinho deste óleo acaba sendo também queimado na câmara de combustão, sai pelo escapamento e por isso o nível do óleo vai baixando no cárter.
Nos motores novos, com todos os componentes móveis ajustados, a queima de óleo é mínima e mal chega a um litro cada 5 mil km. Quando vão envelhecendo, as folgas aumentam e o nível do carter vai baixando mais rapidamente, devendo ser completado com maior frequência. Em certos casos, recomenda-se até o uso de óleo de maior viscosidade (mais “grosso”) para compensar o desgaste. Neste caso, o motor que usa o óleo, por exemplo, 10W 30, poderia passar para um mais viscoso do tipo 15W40, podendo, assim, reduzir a frequência de se completá-lo no cárter.